"Eles estiveram aqui todos sentados na receção e saíram daqui cerca das 17h00", disse à Lusa Luís Camarada, proprietário da hospedaria Coração da Cidade, na qual ficaram instalados, assegurando que "tudo correu bem" durante a sua estadia.
A mesma fonte estranhou, no entanto, a particularidade de "nenhum falar francês ou espanhol, como habitualmente os marroquinos fazem".
Os jovens desembarcaram na manhã de quarta-feira na praia de Monte Gordo, no concelho de Vila Real de Santo António, cerca de 50 quilómetros a este de Faro, tendo sido intercetados nas dunas pela Polícia Marítima.
Os rapazes, com idades entre os 16 e os 26 anos, passaram depois para a guarda do Serviço de Estrangeiros (SEF), acabando por pernoitar e passar parte do dia de hoje naquela hospedaria de Vila Real de Santo António.
Após terem sido intercetados, os jovens, foram conduzidos pela Polícia Marítima para o capitania do porto local e depois transportados para o Centro de Cooperação Policial e Aduaneira Castro Marim/Ayamonte, onde o SEF os estabilizou, alimentou e informou sobre as suas possibilidades legais em Portugal.
Na quarta-feira ao início da noite a diretora nacional do SEF, Cristina Gatões, adiantou que Portugal poderia acolher o grupo ao abrigo do quadro de proteção internacional habitualmente aplicado a outros estrangeiros resgatados do mar Mediterrâneo.
"À semelhança de outros que chegaram a Portugal, ser-lhes-á assegurado o seu pedido, registado o seu pedido, ser-lhes-á providenciada documentação que comprova que esse pedido está em análise e ser-lhe-ão garantidas assistência médicas e todas as condições", como "alojamento e meios de subsistência", disse.
Hoje de manhã, o SEF anunciou que Portugal ia acolher o grupo de jovens marroquinos, ao abrigo desse quadro de proteção internacional aplicado a outros estrangeiros resgatados no Mediterrâneo e que chegaram ao país provenientes de países como Itália ou Malta.
A mesma fonte esclareceu na ocasião que todo o grupo tinha requerido durante a madrugada "esse estatuto de proteção" e, após ter pernoitado em Vila Real de Santo António, seria transferido para Lisboa, para o Centro Português para o Refugiado, ainda durante o dia de hoje.