"Cerca de 42% dos 59 óbitos por intoxicação alcoólica apresentaram resultados positivos só para o álcool e em 46% dos casos foram detetados álcool e medicamentos, em particular benzodiazepinas", refere um dos relatórios, fruto do trabalho do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).
Os documentos indicam que, nos registos específicos do Instituo Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, no ano passado, dos 1.087 óbitos positivos para o álcool e com informação sobre a causa de morte, 37% foram atribuídos a acidente, 37% a morte natural, 13% a suicídio e 5% a intoxicação alcoólica.
Das 172 vítimas mortais de acidentes de viação que estavam sob a influência do álcool (TAS = 0,5g/l), cerca de 75% eram condutores, 22% peões e 3% passageiros. Três em cada quatro vítimas tinham um teor de álcool no sangue igual ou superior a 1,2g/l.
Em 2015 tinha-se invertido a tendência de descida contínua do número de vítimas mortais de acidentes de viação sob influência do álcool, sendo o valor de 2018 o mais elevado dos últimos cinco anos (+1% face a 2017 e +23% em relação a 2014), "apesar dos números neste quinquénio terem sido inferiores aos do anterior", sublinham os documentos.
Os dados indicam igualmente que no ano passado houve 18.289 crimes por condução com TAS = 1,2 g/l, representando 41% do total de crimes contra a sociedade e 5% da criminalidade registada.
"Após a tendência de aumento destes crimes entre 2009 e 2012, constatou-se uma tendência de decréscimo, sendo o terceiro ano consecutivo em queda", aponta um dos relatórios.
Por outro lado, adianta, tal como em 2017, registaram-se 12 crimes por embriaguez e intoxicação em 2018, sendo os valores do último quinquénio inferiores aos do período homólogo anterior.
No final do ano passado, estavam presas 136 pessoas por crimes de condução em estado de embriaguez ou sob a influência de estupefacientes ou substâncias psicotrópicas, representando, tal como ocorrido nos crimes por condução com TAS = 1,2 g/l, um decréscimo pelo terceiro ano consecutivo.
O relatório destaca também, no âmbito da criminalidade potencialmente relacionada com o consumo de álcool, os crimes de violência doméstica. Em 2018 foram registadas pelas forças de segurança 26.432 participações de violência doméstica, o valor mais baixo desde 2010, constatando-se uma tendência de diminuição nos últimos cinco anos.