"Se PS e Governo quiserem negociar terão de dar sinais concretos"

Depois do encontro com o Presidente da República, em Belém, a coordenadora do Bloco de Esquerda não revelou o sentido de voto do partido em relação ao Orçamento do Estado, mas lembrou ao PS que "os portugueses não lhe deram maioria absoluta".

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© Presidência da República

Ana Lemos
18/12/2019 16:11 ‧ 18/12/2019 por Ana Lemos

Política

Catarina Martins

À saída do Palácio de Belém, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, falou aos jornalistas sobre o que conversou com o chefe de Estado, esta tarde, sublinhando desde logo que o Orçamento do Estado para 2020 foi "entregue no Parlamento como se [o PS] tivesse maioria absoluta, ou seja, não refletindo uma negociação". Um factor que, afirmou a bloquista, "aumenta a nossa preocupação".

Insistindo na ideia de que a "necessidade é de negociação", Catarina Martins vincou que "se o PS e o Governo quiserem negociar terão de dar sinais concretos".

E que sinais são esses? A coordenadora do Bloco destacou três sinais prioritários. "Primeiro, o investimento na habitação é praticamente inexistente [no OE], não cumpre sequer o que estava no programa do PS". Segundo, "as questões salariais, é menos do que estava no programa de estabilidade de há um ano". Terceiro, por exemplo, "a resposta aos trabalhadores por turnos, acesso à reforma, matérias que o Bloco colocou em cima, o que vemos são projetos de intenções sem nenhuma capacidade de concretização. Isso é preocupante".

Quanto ao sentido de voto do Bloco de Esquerda ao documento, ontem apresentado pelo ministro Mário Centeno, Catarina Martins reiterou que o partido está a "analisar o OE e as possibilidades de alterações". "Faremos essa ponderação, com responsabilidade, mas também com a certeza de que o nosso mandato é para um orçamento que responda aos problemas do país", referindo-se aos transportes, trabalho, ao setor da educação, cultura, entre outros.

"O sentido de voto será definido na reunião da sua direção nacional, como é normal. Em todo o caso, fizemos o trabalho com propostas muito concretas, [mas] o PS entendeu apresentar um Orçamento onde não estão refetidas essas propostas", acontece que, reforçou Catarina Martins, "os portugueses não deram ao PS uma maioria absoluta".

O Presidente da República vai ouvir, ainda esta tarde de quarta-feira, o PCP, PSD e PS.

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