Depois dos últimos dias marcados pelas agressões a médicos, a Ordem dos Enfermeiros (OE) avança que foi agredida uma enfermeira nas urgências do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, na madrugada desta quarta-feira.
Em comunicado citado pela TVI, a Ordem repudia o episódio de violência e acrescenta que a profissional esteve impedida de exercer a atividade habitual devido às lesões.
Perante a situação, a Ordem liderada por Ana Rita Cavaco apela a medidas "que vão muito além da criação de um gabinete de segurança, designadamente ao nível da prevenção, em primeiro lugar, repressão e punição".
Recorde-se que, na terça-feira, a ministra da Saúde e o ministro da Administração Interna anunciaram a criação de um gabinete de segurança na saúde, que tem como objetivo acompanhar e prevenir episódios de violência.
De acordo com o relato que chegou à OE, o polícia de serviço naquele local estava, na altura da agressão, a tomar conta de uma outra ocorrência, pelo que a enfermeira foi socorrida por um outro elemento das forças de segurança que se encontrava a acompanhar um doente de saúde mental.
À enfermeira agredida, a OE refere que está a prestar toda a sua solidariedade, disponibilidade e apoio para que a situação não fique impune
A Ordem dos Enfermeiros entende que esta situação remete para uma necessidade imperativa do reforço de segurança nos estabelecimentos de saúde, em particular nas Urgências, onde ocorrem a maioria dos episódios.
De acordo com dados do Governo divulgados na segunda-feira, quase 1.000 casos de violência contra profissionais de saúde no local de trabalho foram reportados até ao final de setembro de 2019.
Os dados disponíveis indicam que nos primeiros nove meses de 2019 foram reportados 995 casos na plataforma criada pela Direção-Geral da Saúde (DGS), envolvendo vários grupos profissionais, segundo um comunicado conjunto dos ministérios da Administração Interna e da Saúde divulgado na segunda-feira.
Em 2018, foram comunicados 953 casos, refere o comunicado, adiantando que "as injúrias são o principal tipo de notificação, representando cerca de 80% do total".