Cláudia Simões, a mulher que diz ter sido agredida por um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) contou a sua versão dos factos à TVI24. A mulher diz que o polícia a estava "a sufocar".
"Ele estava-me a sufocar, estava-me a apertar nas goelas. Eu tive de o morder senão morria, não estava aqui para contar a minha história", começou por referir a mulher ao canal de Queluz.
Depois, já no carro-patrulha, diz que "o polícia fechou os vidros e meteu música" e aquele com quem teve a discussão "começou a bater-me".
"Eu tinha as mãos atadas atrás das costas e ele começou a bater-me com muita força. Aquela mão que ele tem ferida foi porque estava a tentar tirar-me os dentes da boca. Só me dava socos na cara. Depois, desmaiei", acrescenta.
Cláudia explica ainda que não chegou a entrar na esquadra: "Meteram-me ali no chão e chamaram a ambulância porque estava a deitar muito sangue da boca e do nariz. A ambulância chegou e levaram-me para o hospital".
Recorde-se que a denúncia chegou às redes sociais através da SOS Racismo. Numa publicação feita esta segunda-feira a associação informa que receberam uma "denúncia de violência policial" contra uma "cidadã negra portuguesa", que terá sido agredida em frente "à filha menor", e que "ficou num estado grave, resultado", lê-se na publicação, das alegadas agressões que sofreu de agentes da PSP.
Já a PSP emitiu, esta noite de segunda-feira, um comunicado em que confirma a "denúncia apresentada por uma cidadã contra um polícia, decorrente de uma intervenção policial ocorrida na Amadora, pelas 20h30 do dia 19 de janeiro".
Entende, porém, a PSP que é importante destacar que um agente da polícia "foi abordado pelo motorista" de um autocarro que lhe pediu ajuda perante a "recusa de uma cidadã em proceder ao pagamento da utilização do transporte da sua filha, e também pelo facto de o ter ameaçado e injuriado".
A cidadã "mostrou-se agressiva" perante a abordagem do PSP, "tendo por diversas vezes empurrado o polícia com violência, motivo pelo qual lhe foi dada voz de detenção". "O polícia, que se encontrava sozinho, para fazer cessar as agressões da cidadã detida, procedeu à algemagem da mesma, utilizando a força estritamente necessária para o efeito face à sua resistência", tendo a cidadã, de acordo com a PSP, mordido "repetidamente o polícia".