"O fator mais importante para a realização deste 'roadshow' tem a ver com o contingente de 7% de vagas que existe em Portugal na primeira fase de acesso ao ensino superior que estão reservadas para lusodescendentes e essa quota nunca é preenchida", explicou Luciana Gouveia, delegada geral da Cap Magellan, em declarações à Agência Lusa.
Esta não é a primeira vez que esta associação voltada para os jovens de origem portuguesa em França participa em salões de estudantes, mas é a primeira vez que organiza uma digressão concertada.
A ação LusoSup vai passar pela universidade Sciences Po em Bordéus (27 de janeiro), Lumiére Lyon II em Lyon (29 de janeiro) e Paris, no Salão de Estudantes que se realiza todos os anos em Porte de Versailles (entre 31 janeiro e 2 de fevereiro).
A principal motivação para a associação, que mantém contacto constante com jovens lusodescendentes um pouco por toda a França e tenta criar uma rede entre eles, é o desconhecimento sobre este mecanismo aberto a todos os jovens de origem portuguesa.
"Os lusodescendentes não conhecem a oportunidade das vagas que existe para eles em Portugal. Essa foi a nossa constatação inicial, a quota não é conhecida. Se fosse, com 1,5 milhões de luso descendentes em França, as vagas estariam quase todas preenchidas", assegura Luciana Gouveia.
Mas a divulgação não vai parar por aí. Com Portugal cada vez mais na moda em França, esta passagem pelas diferentes cidades vai servir para abrir os horizontes a todos os estudantes.
"Nas universidades onda vamos estar, obviamente não vamos falar só da quota. Há um interesse de informar os jovens que são lusodescendentes, que são lusófonos ou querem descobrir Portugal", afirmou a delegada-geral, referindo que o país já é conhecido pelo acolhimento Erasmus.
E argumentos para quem é de origem portuguesa ou não, não faltam.
"Há muitas vantagens. Desde logo, uma coisa anedótica, há bom tempo! Depois, é verdade que as propinas em Portugal são mais caras que em França [onde não existem], agora um estudante que tenha de se deslocar para fora da casa dos pais em França para estudar, aí não há comparação e qualquer sítio em Portugal fica mais barato", indicou.
Esta ação vai também envolver a divulgação das diversas instituições de ensino superior em Portugal, espalhadas por todo o território, especialmente as universidades do interior que dão cartas em setores como a ciência e inovação e podem não ser tão conhecidas dos mais jovens.
Esta digressão é apoiada pela Direção Geral do Ensino Superior português e a Cap Magellan quer agora expandir esta iniciativa, alargando-a sobretudo aos liceus nas regiões onde a comunidade portuguesa é mais numerosa.