À medida que o surto de coronavírus ganha proporções cada vez maiores e o número de vítimas mortais e de infetados cresce (o último balanço dá conta de 106 mortos e mais de 4.500 infetados), os governos de vários países estão a tomar medidas para retirar os seus cidadãos de Wuhan, a cidade onde o surto teve origem.
O Governo português também pretende retirar os cerca de 20 portugueses que residem em Wuhan. A embaixada de Portugal na China salientou esta segunda-feira que iniciou "todos os passos" para retirar os portugueses de Wuhan recorrendo a um avião civil fretado.
No entanto, um dos portugueses que vive na China, na cidade de Guangzhou, e que está em contacto com a comunidade emigrada naquele país asiático, queixa-se do silêncio e da demora da resposta do Governo e da embaixada de Portugal na China.
Em declarações à antena da SIC Notícias, André Vitorino explicou que a comunidade portuguesa tem comunicado através de um chat e realçou que "há portugueses a viver momentos difíceis em Wuhan".
"É uma vergonha. Injetam-se milhões em bancos e depois não há dinheiro para vir buscar os portugueses", disse, queixando-se do processo para retirar os portugueses de Wuhan. "Os americanos estão no aeroporto. O governo francês está a agilizar a transferência dos seus cidadãos (...) Há um comunicado da embaixada portuguesa que fala sobre o estabelecimento de um protocolo com o governo chinês, mas nem sequer há datas. Nós falamos mas não se faz nada".
André Vitorino sublinhou que vale a "entreajuda" entre os portugueses, que vão trocando informações sobre o que lêem e vêem nos meios de informação chineses.
Este emigrante português deixou ainda elogios às autoridades chinesas. "Estou muito surpreendido. Estão a fazer de tudo para travar a propagação deste vírus", fez notar.
O surto de coronavírus tem-se vindo a espalhar pelo globo e já se registaram casos em pelo menos 16 países.
[Notícia atualizada às 12h02]