Voo que ia repatriar portugueses em suspenso. Saída ainda por autorizar
Confirmação é do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. "Cidadãos só podem sair com autorização das autoridades de saúde pública e administrativas da China", explica.
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País Coronavírus
O voo que iria repatriar os portugueses de Wuhan, na China, está em suspenso, avançou Augusto Santos Silva em declarações à Antena 1. De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros, o grupo de cidadãos europeus que deveria ter saído esta quinta-feira da cidade chinesa epicentro do novo coronavírus ficou em terra, uma vez que o país ainda não autorizou a saída. A situação viria a ser desbloqueada ao final da manhã.
"Esta é uma operação complexa no quadro da concertação europeia e depois há outra coordenação ainda mais complexa, com as autoridades chinesas. Estando a cidade [de Wuhan] de quarentena, estes cidadãos só podem sair com autorização das autoridades de saúde pública e administrativas da China", sublinhava Santos Silva.
"Essa autorização ainda está em curso e só com essa autorização é que nós podemos dar a operação como bem-sucedida e respirar de alívio", acrescentava.
Os cidadãos nacionais que tiveram informações para se encaminharem para o consulado de França terão recebido uma nova informação de que deveriam ficar em casa.
Recorde-se que a aeronave saiu do aeroporto de Beja, esta quinta-feira, pelas 10h06. Até chegar a território chinês, o aparelho tem duas paragens: Em Paris, França, e em Hanói, no Vietname. Mas ainda não saiu, na manhã desta sexta-feira, da capital francesa.
Na terça-feira, foi anunciado que a UE iria enviar dois aviões durante esta semana à região chinesa de Wuhan para repatriar 250 franceses e outros 100 cidadãos europeus que o solicitassem, independentemente da nacionalidade.
Já ontem, Augusto Santos Silva tinha alertado, também em declarações à rádio Antena 1, que não podia adiantar a data em os cidadãos nacionais vão chegar ao nosso país. Depois, em declarações à Lusa, o ministro dos Negócios Estrangeiros sublinhou que a "operação é muito complexa, quer do ponto de vista logístico, quer do plano diplomático", tendo exigido uma delicada montagem e coordenação dos países europeus.
Também esta quinta-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o novo coronavírus como emergência de saúde pública internacional mas explicou que o número de casos se tem "mantido relativamente pequeno" fora da China, fazendo esta declaração para evitar maior propagação.
A cidade chinesa de Wuhan, epicentro do surto do novo coronavírus, está isolada do mundo desde há uma semana, como a quase totalidade da província de Hubei, onde vivem 56 milhões de pessoas, impedidas de deixar a região. O vírus já matou 213 pessoas.
Recorde-se que os sintomas associados à infeção causada pelo coronavírus com o nome provisório de 2019-nCoV são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, como falta de ar.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) já emitiu um documento com orientações para profissionais do sistema de saúde em Portugal para a prevenção e controlo da infeção pelo novo corinavírus detetado na China e que infetou já cerca de 10 mil pessoas.
[Notícia atualizada às 10h46]
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