Fecho de escolas em Aveiro apanhou vários pais desprevenidos

O fecho de várias escolas foi um dos sinais mais visíveis das consequências da greve da função da pública em Aveiro, apanhando vários pais desprevenidos e sem soluções para deixarem os seus filhos mais pequenos.

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Lusa
31/01/2020 11:46 ‧ 31/01/2020 por Lusa

País

Greve

Dora Santos ia deixar os dois filhos de seis anos na Escola Básica do 1.º Ciclo de Santiago e deparou-se com o estabelecimento fechado, devido à greve nacional da função pública convocada para hoje.

"Não sabia que havia greve. Fui apanhada completamente desprevenida. Temos de ter sempre um plano B, mas neste momento não tenho", contou à Lusa esta mãe, lamentando o "transtorno" causado com a paralisação, devido à falta de alternativas para deixar as crianças.

Também Liliana Santos, que tem um filho de seis anos naquela escola foi apanhada desprevenida.

"Não sabia que ia haver greve. Ninguém me avisou. Talvez o leve para o trabalho e, depois, o papá vai buscá-lo, ou deixo-o um bocadinho na minha mãe. Vou ver o que fazer", contou à Lusa.

Nelson Oliveira, pai de um filho de seis anos, que frequenta o 1.º ano, e uma filha de 16 anos, sabia que a escola podia fechar, mas veio confirmar.

"A gente nunca sabe o que acontece. Temos que vir ver. Ela já é grande e pode ir ter com outros amigos, mas no caso do mais novo é mais complicado, porque obriga a que um dos pais tenha de ficar em casa", lamentou.

A escola básica dos 2.º e 3.º ciclos João Afonso de Aveiro também encerrou, mas neste caso, a associação de pais avisou previamente que poderia não haver aulas por causa da greve e, por isso, foram poucos os pais e alunos que hoje se deslocaram à escola.

No Hospital de Aveiro, alguns utentes abordados pela Lusa também contaram que foram afetados pela greve, como é o caso de Catarina Ribeiro que vinha acompanhada com o namorado para uma consulta de obstetrícia que não se realizou.

"O meu namorado dormiu duas horas, porque trabalha até tarde, para vir aqui e não se passar nada e é chato. Eu compreendo a greve, mas, por outro ponto de vista, acho que é uma falta de respeito pelos utentes que precisam mesmo e não têm acesso ao médico e podiam ter sido avisados", lamentou.

De bata amarela, Maria La-Salete, uma voluntária que estava a auxiliar os doentes com o sistema automático destinado ao registo da entrada para as consultas externas, disse que o ambiente estava calmo.

"Só uma médica é que entrou em greve. Por isso, aqui está calmo", contou à Lusa.

O Serviço de Finanças Aveiro 1, situado em Forca-Vouga, também fechou hoje devido à greve da função pública.

A Frente Comum da Administração Pública, da CGTP, convocou em dezembro uma manifestação nacional para hoje, contra a proposta de aumentos salariais de 0,3%, a que se seguiu o anúncio de greves nacionais por parte das estruturas da UGT - a Federação Nacional dos Sindicatos da Administração Pública (Fesap) e a Frente Sindical liderada pelo Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE).

Entretanto, várias organizações setoriais marcaram também greves para 31 de janeiro, como são os casos da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), afeta à CGTP, da Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros (FENSE), da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas do Diagnóstico e Terapêutica.

 

 

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