Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, fez, esta quinta-feira, um novo ponto da situação do estado de saúde dos portugueses repatriados de Wuhan, na China, epicentro do novo coronavírus que já matou 563 pessoas.
Destacando que se trata de uma situação "especial", visto que vinham de uma zona de "altíssimo risco", a responsável explicou que a primeira prioridade foi "tirá-los, de facto, da China", seguido de os "instalar em condições de segurança" e "fazer testes laboratoriais".
A situação, à medida que os dias passam, "em relação à hipotética" exposição vai diminuindo - "os testes foram negativos" - e estes portugueses manifestaram "intenção e vontade de ficarem juntos".
"Foi negociado que, desde que usem sempre máscara e o próprio indivíduo esteja com uma barreira em relação a eventual transmissão de vírus que possam passar para outras pessoas, chegamos a acordo que seria feita essa transferência para ficarem nas mesmas instalações", referiu Graça Freitas.
Assim, as quatro pessoas que estavam em isolamento profilático no Parque Saúde de Lisboa foram hoje encaminhadas para o Hospital Pulido Valente. O transporte dos portugueses foi "feito pelo INEM" e a transferência foi terminada com sucesso. "Tanto quanto sabemos está toda a gente já acomodada. Foi tudo feito de comum acordo entre os cidadãos e as autoridades de saúde", sublinhou.
Os novos testes de despistagem do novo coronavírus serão feitos perto do fim do isolamento, no 10º ou 11º dia.
Portugueses a bordo de cruzeiro em quarentena
Já questionada sobre as sete pessoas com passaporte português que estão a bordo de um cruzeiro em Hong Kong em quarentena, Graça Freitas explicou que "tanto quanto sabemos, essas pessoas estão apenas a bordo do navio, não tendo havido nenhum contacto nem são suspeitas nem estão em risco. Estão apenas a bordo desse navio".
"Não há nenhum relato de que essas pessoas estejam em qualquer risco especial, que tenham desenvolvido sintomas ou que tenham sido testadas. Estamos a acompanhar com tranquilidade", acrescentou a responsável.
Recorde-se que cerca de 3.600 pessoas foram mantidas num navio de cruzeiro no porto de Hong Kong para serem submetidas a exames médicos depois de três passageiros chineses, que haviam viajado anteriormente naquele navio, serem confirmados como portadores do novo coronavírus.
A China elevou hoje para 563 mortos e mais de 28 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.
Nas últimas 24 horas, registaram-se 73 mortes e 3.694 novos casos.
[Notícia atualizada às 17h31]