No dia em que a Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou que o novo coronavírus chegou a Portugal, com dois portugueses a darem positivo nas análises ao Covid-19, a ministra da Saúde admitiu a possibilidade de decretar quarentena obrigatória caso este seja "necessária”.
De acordo com Marta Temido, que esteve na noite desta segunda-feira nos estúdios da RTP1, apesar da lei em Portugal proibir a imposição de quarentena, se for necessário, serão tomadas "medidas excecionais".
"A ministra da Saúde tem neste momento um mecanismo que, através do Conselho Nacional de Saúde Pública, lhe permite declarar a emergência e perante uma emergência de saúde pública tomar medidas excecionais, designadamente, a contenção provisória", explicou a governante, adiantando que poderá ter de "tomar medidas protetoras" para proteger "um bem maior, a saúde pública como um todo e para evitar a propagação de doença infectocontagiosa".
Contudo, salienta a ministra, "até ver tivemos sempre uma postura de grande colaboração que é aquela a que apelamos para a proteção de todos nós".
Máscaras esgotadas?
Durante a mesma entrevista, Marta Temido garantiu que as máscaras não estão esgotadas e revelou que o Sistema Nacional de Saúde (SNS) tem dois milhões de máscaras disponíveis.
"Nós temos disponíveis para utilização mais de dois milhões de máscaras e sabemos também que, além daquelas que nós garantimos que podem estar disponíveis para o SNS, há outras entidades que também têm máscaras como por exemplo a Cruz Vermelha Portuguesa", afirmou.
Contudo, recordou a ministra, "a primeira recomendação é que a máscara pode até ser contraproducente, pode ter um efeito contrário daquilo que se visa". "Uma máscara se não for mudada, se for mal utilizada pode até contribuir para a utilização de material contaminante e, portanto, todos nós devemos andar sem máscara e tranquilos", disse.
Já quando há suspeitas de um caso de coronavírus, o cenário muda de figura. "Aí sim, há colocação de máscara e ela é garantida pelas instituições de saúde, INEM ou SNS", refere.
Pessoas que contactaram com infetados estão sob observação
Já sobre as pessoas que contactaram com os dois homens internados no Hospital de São João e Santo António, no Porto, com Covid-19, a ministra garantiu que estas já estão a ter um "acompanhamento específico" .
"As pessoas que foram consideradas contactos com estes casos confirmados terão um acompanhamento específico e cada um destes contactos podem ter recomendações diferentes. Pode ser recomendado o isolamento, o contacto e seguimento através de um serviço de saúde, vai depender muito daquilo que é o caso a caso", explicou Marta Temido, adiantando que algumas podem estar a ser "protegidas de contactos com terceiros", enquanto outras pode estar mesmo "isoladas domiciliarmente".
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