Embora seis hospitais tenham meios de diagnóstico de amostras biológicas, os reagentes para serem sujeitas a confirmação, que permitem concluir se são casos positivos, só existem no Hospital de São João, no Porto, e no Instituto Ricardo Jorge, em Lisboa.
"Quanto mais tempo demorarmos a confirmar os casos positivos, mais as pessoas que estiveram em contacto com positivos permanecem em contacto com terceiros", disse à agência Lusa o presidente do SIM, Jorge Roque da Cunha.
Se os meios de confirmação existirem em hospitais como os de Faro, Aveiro, Coimbra ou Portalegre, menos tempo se perderá antes da confirmação, considerou.
O SIM pede também que os especialistas em saúde pública sejam libertados do trabalho de fazer juntas médicas para se concentrarem em fazer os planos de contingência que faltam aplicar a nível "nacional, regional e local".
Estes médicos estão "atulhados com juntas para atestados multiusos" e devem poder adiá-las "pemo menos nos próximos dois meses", afirmou Roque da Cunha.
Assim, poder-se-ão "concentrar na sua atividade, que são os planos de contingência e a resposta a questões que surgem cada vez mais das empresas, das escolas ou dos clubes de futebol".
Estas juntas "podem ser feitas por outros médicos" porque, "na prática, há uma tabela" de vários níveis de incapacidade.
"Deve cumprir-se a promessa de aumentar a capacidade laboratorial" nas análises aos casos suspeitos, defendeu.
Roque da Cunha indicou ainda que "a esmagadora maioria" dos médicos ainda não tem equipamento de proteção como fatos e viseiras, reclamando que sejam distribuídos.
A epidemia de Covid-19, surgida no final do ano, na China, provocou já mais de 3.500 mortos entre mais de 101 mil pessoas infetadas em pelo menos 94 países.
De acordo com os últimos dados da Direção-Geral da Saúde, Portugal tem 13 casos confirmados de Covid-19, a doença provocada pelo coronavírus.
Com base no número mundial de infetados, a taxa de letalidade é de 3,4%, sendo que até ao momento a maioria já recuperou.