Madeira fecha porto a cruzeiros e aeroportos vão medir temperatura

Estava prevista a chegada de 22 navios de cruzeiro ao Funchal até ao final do mês, mas o Governo Regional da Madeira decidiu que nenhum deles irá atracar.

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© Divulgação/ VisitMadeira

Filipa Matias Pereira com Lusa
12/03/2020 12:41 ‧ 12/03/2020 por Filipa Matias Pereira com Lusa

País

Covid-19

O Governo Regional da Madeira reuniu-se, na manhã desta quinta-feira, para tomar medidas em relação à pandemia de Covid-19. Como avança a SIC Notícias, o Executivo regional decidiu, entre outras medidas, que até ao final do mês nenhum navio de cruzeiro irá atracar no porto do Funchal. Assim sendo, como refere a televisão de Paço de Arcos, a chegada, que estava prevista, de 23  navios de cruzeiro ao arquipélago não se realizará.

 

"Estas medidas vão vigorar até ao dia 31 de março, data em que o governo fará uma nova avaliação", disse Miguel Albuquerque, em conferência de imprensa, no Funchal, na qual apresentou um conjunto de "medidas adicionais" de contenção da pandemia de Covid-19 na região.

"Estamos a falar na acostagem, até ao fim do mês, de 23 navios de cruzeiro, com um número de passageiros de cerca de 50 mil", explicou o governante, vincando que a medida entra em vigor às 24h00 de hoje.

Mas as medidas de prevenção para evitar que o novo coronavírus chegue à ilha não se ficam por aqui. Está ainda a prevista a medição da temperatura de todos os passageiros que aterrem no aeroporto do Funchal e do Porto Santo.

"Queremos ter as equipas no terreno o mais rapidamente. Estamos a falar no desembarque de cerca de 10 mil passageiros por dia, o que implica um esforço logístico e humano bastante importante da parte do governo", disse Miguel Albuquerque, realçando que as equipas serão compostas por elementos do Serviço de Saúde da Madeira (Sesaram).

O chefe do executivo sublinhou que os aeroportos do arquipélago são os primeiros do país a implementar este procedimento, sendo que autoridades nacionais já foram informadas da decisão, nomeadamente a ANA - Aeroportos de Portugal, a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) e a Direção-Geral de Saúde.

"Esperamos ter o sistema totalmente montado até à próxima segunda-feira", disse e realçou: "É obvio que isto vai causar incómodos, vai causar atrasos, mas nós entendemos que a saúde pública está em primeiro lugar e será importante avançarmos o mais rapidamente possível com esta solução".

O Governo Regional assegurou ainda que o abastecimento da ilha está garantido, uma vez que está prevista a chegada de porta-contentores amanhã e na próxima segunda-feira. Miguel Albuquerque apelou à população para não correr aos supermercados, garantindo que a região "está a ser abastecida com normalidade. Nós apelamos à calma, não havendo a necessidade de as pessoas se precipitarem para os supermercados no sentido de garantir abastecimento extra dos bens essenciais". 

O presidente do Governo esclareceu, também, que os serviços mínimos estão garantidos, apesar da greve dos estivadores, e que o Governo da República já foi alertado da necessidade, se for caso disso, para proceder à requisição civil, no sentido de garantir o transporte de mercadorias para o arquipélago.

Portugal continental deverá também conhecer outras medidas de prevenção ainda esta quinta-feira, no final da reunião de Conselho de Ministros, que será retomado pelas 20h. O primeiro-ministro remeteu para hoje uma eventual decisão sobre o encerramento de escolas em Portugal, devido à pandemia de Covid-19.

[Notícia atualizada às 13h31]

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