Provavelmente recebeu de familiares ou amigos, áudios via WhatsApp de supostos profissionais de saúde a relatarem uma situação caótica nos hospitais portugueses por conta do surto da Covid-19 e a insinuar que os dados divulgados pelas autoridades de saúde são uma pequena parte do número real de infetados. Estes relatos falaciosos deram inclusive conta de mortes, informações que as autoridades de saúde se prontificaram a desmentir.
Reagindo a um desses boatos, a ministra da Saúde fez, durante esta semana, um pedido aos jornalistas - e a toda a população - para que confiem nas informações oficiais. "Não podemos dispersar-nos todos atrás de informações que são boatos", disse, assegurando que "se acontecer alguma coisa de mal ou de bom", "podem ter a certeza que nós vos informaremos". "Não temos razões para não vos falar a verdade", insistiu.
"Quase todos os países têm tido óbitos, como todos os países têm casos confirmados. Dissemos que diríamos quando tivéssemos o primeiro caso confirmado, dissemos ou não dissemos? Então, acreditem em nós. Não temos motivos para não vos falar verdade, precisamos é da vossa ajuda para falar verdade", insistiu.
O apelo foi também reforçado, na mesma conferência de imprensa na quarta-feira, pela diretora-geral de Saúde, Graça Freitas. "Não voltem a propagar um boato um dia inteiro quando ele foi desmentido", disse, referindo-se à informação falsa sobre a morte de um paciente devido à Covid-19 num hospital de Lisboa. "Se acontecer alguma anomalia - a primeira morte será sempre uma notícia - nós diremos", garantiu.
Assim, reforça-se que as informações sobre a evolução do surto da Covid-19 são as disponibilizadas pela Direção-Geral de Saúde (no seu site e nas comunicações diárias em conferência de imprensa), pelo Ministério da Saúde ou outras entidades oficiais, como sejam autarquias e hospitais.
De acordo com o último boletim epidemiológico da Direção-Geral de Saúde, há em Portugal 112 casos confirmados de infeção po Covid-19 e 172 aguardam resultado laboratorial. Nesta altura, o número de casos suspeitos em Portugal é de 1308. Estão identificadas, agora, 11 cadeias de transmissão.
O Governo decretou ontem, depois de reunião de Conselho de Ministros, o encerramento de todas as escolas até ao período da Páscoa. Discotecas e bares também foram encerrados, centros comerciais e restaurantes funcionam mas com limitações. Estas são algumas das medidas anunciadas por António Costa e que pode consultar aqui.
Até ao dia 9 de abril, sublinhe-se, o país está em estado de alerta, anunciou hoje o Ministro da Administração Interna.