Covid-19: PSP impede carteiros de Ovar de trabalharem na Feira

Três carteiros residentes em Ovar, concelho em estado de calamidade pública devido à disseminação da Covid-19 e sob quarentena geográfica obrigatória, foram hoje impedidos pela PSP de fazer distribuição postal em Santa Maria da Feira.

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Lusa
19/03/2020 16:05 ‧ 19/03/2020 por Lusa

País

Covid-19

Segundo revelaram à Lusa fontes de ambas as autarquias, os profissionais dos CTT foram abordados pelas autoridades em cumprimento de instruções de uma procuradora do Ministério Público de Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro.

Fonte do comando distrital de Aveiro da PSP confirma que os três profissionais foram encaminhados para casa pelos agentes da PSP, sendo que um quarto carteiro, em idêntica situação, já de modo próprio deixara de exercer funções na Feira.

Contactada a Câmara de Ovar, fonte da autarquia admite que a situação legal em causa não é clara.

"Os CTT são um serviço essencial, mas o entendimento da procuradora é que, sendo os carteiros de Ovar, eles devem ficar em casa sob quarentena e ser substituídos", disse.

Na Câmara da Feira a situação causa preocupação porque grande parte dos carteiros que fazem a distribuição no concelho são de Ovar e "não há quem os substitua, o que é muito preocupante considerando que eles fazem entregas que são decisivas nesta altura, como acontece com medicamentos para asmáticos".

A situação reflete o mesmo problema que o vice-presidente da Câmara da Ovar referiu hoje à Lusa, ao revelar que ainda está a ser analisada com o Governo a situação das exceções ao regime de quarentena e à cerca sanitária imposto ao concelho.

As forças de segurança estão a permitir que trabalhadores de Ovar saiam diariamente do município para trabalhar noutros territórios, em atividades consideradas de primeira necessidade como supermercados, e também autorizam a entrada no concelho de cidadãos externos que aí exerçam funções no mesmo tipo de negócio.

Tanto a câmara de Ovar como a da Feira querem um esclarecimento do Governo quanto a estas situações, defendendo que "não pode haver um critério para quem entra e sai por causa dos supermercados e outro para quem entra e sai para fazer distribuição postal", que ambas as autarquias consideram um serviço de primeira necessidade.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, foi detetado em dezembro de 2019 e entretanto infetou já mais de 220.000 pessoas em todo o mundo. Dessas, mais de 9.000 morreram e mais de 85.500 recuperaram.

 

O surto começou na China, que contabiliza 80.894 infetados, 69.614 recuperações e 3.237 mortos, mas anunciou hoje não ter registado novos diagnósticos positivos locais nas últimas 24 horas, o que acontece pela primeira vez desde o início da pandemia. No entanto, assinalou 34 novos casos importados.

A doença já se alargou a 176 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar a situação como de pandemia.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira. As mortes no país são três, assim como o número de doentes recuperados.

Portugal encontra-se desde as 00:00 de hoje em estado de emergência e assim se manterá até às 23:59 do dia 02 de abril, pelo que o decreto publicado quarta-feira em Diário da República prevê a possibilidade de confinamento obrigatório e compulsivo dos cidadãos em casa, assim como restrições à circulação na via pública.

Antes disso, o Governo já tinha suspendido as atividades letivas presenciais em todas as escolas, imposto restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, e anunciado o controlo de fronteiras terrestres com Espanha, entre outras medidas.

Também declarara na terça-feira o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar, assim sujeito a cerca sanitária e controlo policial de entradas e saídas no território.

 

 

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