De acordo com um comunicado, aquando do início do pandemia de Covid-19, o CHUC verificou nomeadamente falta de artigos de proteção da cabeça, da região cervical e ombros (Cogula) e de botas de proteção de cano alto.
Para fazer face a este problema, contam, "um conjunto de profissionais tentou encontrar soluções criativas e foi lançado o desafio de colmatar internamente esta lacuna, com o recurso à confeção dos artigos em falta".
Ao desafio as profissionais (que desempenham funções na rouparia, na área da costura) responderam com dedicação exclusiva a essa tarefa. (Ver imagens na galeria acima).
A confeção destes artigos iniciou-se no passado dia 12 de março, dia em que foi produzida "a primeira cogula e as primeiras botas, em tecido adequado à função de proteção dos profissionais de saúde que lidam diretamente com os doentes vítimas, ou possíveis vítimas da Covid-19.".
Desde essa data, refere o centro hospitalar, foram já produzidas cerca de 450 botas e 700 cogulas.
"Foi uma solução inovadora, criada com o espírito do improviso de quem tem de ser eficaz, no momento seguinte, e que não baixa os braços perante as adversidades, a incerteza e o desconhecido. Foi claramente uma aposta ganha, pois, neste momento, vários hospitais estão a adoptar a mesma metodologia para responder à escassez deste tipo de artigos no mercado", salienta o hospital, enaltecendo "o valioso contributo destas profissionais".
"Foram pioneiras e disseram imediatamente sim a esta tarefa que tem mantido a segurança na prestação de cuidados", elogia-se.
Todavia, e com o aumento do número de casos "tornar-se-á difícil confecionar todas as peças necessárias". Por isso, o CHUC está neste momento, a tentar organizar grupos externos, de voluntários, que possam ajudar nesta tarefa, utilizando o material do hospital.
De acordo com o último boletim epidemiológico, há em Portugal 2060 casos de infeção por Covid-19, 14 dos quais já recuperaram. O número de vítimas mortais é agora de 23, depois de, nas últimas 24 horas terem morrido nove pessoas. Segundo a estimativa do Governo, o pico da pandemia deverá ocorrer em meados de abril (no dia 14).