"Se for necessário impor um quadro sancionatório, imporemos. Mas aquilo que eu quero acreditar é que os portugueses continuarão todos a mostrar a enorme maturidade que têm mostrado e civismo que têm mostrado", declarou António Costa.
Este aviso foi deixado pelo primeiro-ministro na parte final da entrevista que hoje concedeu à TVI, após ter sido confrontado com casos de desrespeito pelas normas de distanciamento social para evitar a propagação do novo coronavírus.
Neste ponto, António Costa começou por defender que tem sido muito prudente na aplicação do estado de emergência.
"Tenho bem consciência do que é que significa o estado de emergência no sentido de dar a um Governo poderes excecionais como aqueles que foram atribuídos agora", referiu.
Segundo António Costa, os poderes excecionais agora detidos pelo Governo têm de ser usados "com muita prudência, porque a liberdade é um bem preciosíssimo que importa saber salvaguardar".
"Dissemos que há crime de desobediência para quem está doente ou quem está em vigilância ativa. Por isso, foram detidas sete pessoas no domingo e nove pessoas hoje, e foram reconduzidas ao domicílio. As forças de segurança serão implacáveis", advertiu.
António Costa defendeu depois que esta é uma fase todos os cidadãos têm de possuir disciplina e "muito sangue frio".
"É importante que o sentido de comunidade se afirme. Temos de recusar o egoísmo. Acho que temos de nos manter conscientes da gravidade da situação", acrescentou.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral de Saúde.
O país encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.