Na já habitual conferência de imprensa da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Ministério da Saúde relativa à evolução do surto de Covid-19 em Portugal, Marta Temido começou por revelar que se regista uma "taxa de letalidade, nos maiores de 70 anos, de 7,9%".
A ministra da Saúde revelou ainda que, “de acordo com os dados de que dispomos agora, a incidência máxima da infeção estará adiada para o final de maio“.
"Isto indicia que as medidas de contenção que temos todos tomado, como ficar em casa a não ser para ir trabalhar, muitos de nós, estão a ser efetivas”, acrescentou.
Apesar de estas medidas estarem a surtir efeito, continua a ser estimado "um número muito elevado de casos de Covid-19, o que provoca uma enorme pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), sobre todos nós, e todos temos de fazer o que está ao nosso alcance".
Por sua vez, a diretora-geral da Saúde acrescentou que "tudo indica que as medidas de contenção tomadas estão a abrandar a curva" e esse "era um dos objetivos". Porém, recordou, "o pico não vai ser um dia apenas, mas um planalto". E estas projeções são determinantes "para fazer um planeamento. São instrumentos de trabalho para preparar a oferta de saúde".
Para Marta Temido, o "SNS está a responder e a melhorar a sua preparação", e prova disso é a receção de equipamentos de proteção individual. Depois de, na sexta-feira de manhã ter aterrado no Porto uma avião com material, à noite chegou outra aeronave com "1.1 milhões de máscaras FFP2".
De acordo com a nova fase de pandemia, a da mitigação, foi alargado o "procedimento para acesso à realização de testes. A possibilidade prescrição de testes pela Linha SNS24 levou a um crescimento dos testes em realização ou já realizados". Os hospitais "estão agora sobre maior esforço", pelo que a ministra lhes deixou uma palavra de agradecimento.
Quanto aos ventiladores, Marta Temido reforçou que foram encomendados "e pagos" 500 destes equipamentos e há também a registar doações de empresas e particulares.
Temos de viver esta primavera e esta Páscoa de forma diferentes. Não vamos estar juntos como gostaríamos, mas é essencial para que possamos voltar a estar juntos
As autoridades de saúde realçam que, neste momento, são necessários "voluntários com competências técnicas que possam, por vezes, substituir cuidadores que precisem de ir para quarentena". Nunca é demais "recordar que um idoso que está estável não precisa de hospitalização" e, por isso, é necessário encontrar respostas "mediante a inexistência de alternativa", na medida em que o internamento hospitalar "iria consumir a [sua] capacidade para as respostas agudas".
Apesar de este sábado estar sol, relembrou a ministra com a pasta da Saúde que "o número de doentes" a registar futuramente "depende do comportamento de cada um de nós. Temos de viver esta primavera e esta Páscoa de forma diferentes. Não vamos estar juntos como gostaríamos, mas é essencial para que possamos voltar a estar juntos".
De 1 a 26 de março, foram realizados em Portugal "cerca de 40 mil testes". Reconheceu Marta Temido que, neste período, "algumas pessoas foram enviadas para casa" e foi-lhes pedido que "voltassem mais tarde porque não havia zaragatoas ou reagente". Reforçou a ministra a dificuldade que o Governo tem tido na "aquisição destes materiais" no mercado internacional. E, "em caso de escassez", apesar de se manter a regra de "testar, testar testar", "é preciso estabelecer prioridades".
Reveja aqui a conferência: