Em direto para o país, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, começou por expressar as "suas condolências às famílias" dos 20 doentes de Covid-19 que morreram em Portugal nas últimas 24 horas devido ao vírus.
Referindo-se ao balanço divulgado esta terça-feira sobre a pandemia no país, o governante sublinhou que o "número de infetados aumentou 13,9% nas últimas 24 horas".
Mas mais do que os números e os dados" atualizados, Lacerda Sales quis lembrar que chegam histórias ao Ministério "que são sinais de esperança", designadamente, o caso de uma mulher, de 93 anos, residente em Lisboa, que com um quadro grave clínico e infetada de Covid-19, recuperou ao fim de "11 dias de internamento recuperou e já está com o seu marido".
O secretário de Estado congratulou as medidas de contenção levadas a cabo pelos estabelecimentos prisionais "que têm conseguido manter o vírus fora das cadeias". "Registou-se até ao dia de hoje um caso positivo de uma reclusa e dois funcionários, todos em isolamento", vincou.
Sobre os lares de idosos, Lacerda Sales apenas voltou a insistir que estas instalações devem reforçar e melhorar os seus planos de contingência.
No que diz respeito ao avião previsto com material de reforço ao combate à Covid-19 a bordo, o responsável adiantou que a aeronave chegará esta noite ao Porto com 3,5 milhões de máscaras, 300 mil toucas, 100 mil batas e "outros equipamentos necessários" que serão distribuídos pelo país.
"Houve uma duplicação dos números de ontem"
Passando a palavra ao sub-diretor-geral da Saúde, Diogo Cruz admitiu que "houve uma duplicação dos números de ontem" no que diz respeito aos testes realizados de Covid-19, apresentados no boletim divulgado diariamente pela DGS. O problema deveu-se a um erro técnico na plataforma de registo, porque houve confluência entre os dados da regionais e os dados reportados via SINAV. “Mas a partir de hoje [terça-feira] vai ter só dados do SINAV”, esclareceu.
Cerco sanitário no Porto? "Neste momento, não faz qualquer sentido"
Questionado pelos jornalistas sobre a eventual criação de um cerco sanitário no Porto, o secretário de Estado da Saúde explicou que “não houve qualquer indicação da autoridade de saúde nesse sentido”.
“[Graça Freitas, diretora-geral da Saúde] falou em ponderação de situações de uma forma generalista, não se referindo particularmente ao Porto, mas de uma forma generalizada relativamente à possibilidade de cercas sanitárias. "Há muitas situações no país em que isso se poderá colocar”, acrescentou.
Lacerda Sales frisou que “neste momento, não faz qualquer sentido colocar-se essa situação no Porto, independentemente da duplicação de casos e o que posso dizer é que essa avaliação será sempre feita pela autoridade de saúde”.
De acordo com a informação avançada hoje pela DGS, Portugal já conta com 7.443 infetados por Covid-19 em Portugal e 160 mortes (mais 20 do que ontem). Estão internadas 627 pessoas, sendo que destas 188 se encontram nos cuidados intensivos. Há ainda 4.610 pessoas a aguardarem resultados laboratoriais.