Tem visto faixas com frases como "Saúde para toda a gente" ou "rendimento social de quarentena", em vários viadutos em Almada e Lisboa? Estas mensagens fazem parte de uma uma campanha levada a cabo por vários residentes das referidas zonas.
Em comunicado, o grupo responsável pela campanha 'Ninguém fica para trás' apresenta seis reivindicações "pensadas para fazer face às repercussões sócio-económicas do coronavírus", alertando que a pandemia tem afetado "com particular violência" quem já se encontrava numa condição de fragilidade e de precariedade.
"A campanha, lançada nas redes sociais no dia 18 de março, apresenta seis reivindicações: Saúde para toda a gente; Casas para toda a gente; Gratuidade dos serviços essenciais; Rendimento social de quarentena; Manutenção dos postos de trabalho e Indulto de presos por crimes menores e dignidade para todos", pode ler-se na nota enviada, esta quarta-feira, às redações.
O grupo revela ainda que muitos dos seus membros já se "conheciam antes da emergência da pandemia Covid-19", sendo maioritariamente "vizinhos das freguesias de Arroios, Penha de França e São Vicente, em Lisboa".
Esta é a quarta ação do grupo que se reúne virtualmente e que tem organizado, em média, uma ação por semana. "Esta campanha já foi responsável por ações como a exposição de faixas por diversas janelas e varandas, colagem de cartazes nas ruas e um 'mail-bombing' (uma enchente de centenas de e-mails enviada de forma concertada, no mesmo dia e à mesma hora, a instituições de poder, como grupos parlamentares)", é também explicado.
Esta última manifestação - que contou com as faixas colocadas nos viadutos - surge como resposta "ao repto" lançado pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, que numa entrevista, afirmou que a autarquia não se opunha à colocação de faixas na cidade sugerindo, contudo, que estas fossem colocadas "num viaduto" para não representarem nenhum risco para a população. Estas declarações foram prestadas após o município ter retirado uma faixa colocada na Fonte Luminosa, na Alameda, alegando questões de segurança.