Marcelo Rebelo de Sousa participou hoje mais uma vez na sessão de apresentação da 'Situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal', no auditório do Infarmed, em Lisboa.
Em direto para o país após o encontro, o Presidente da República denotou "três conclusões fundamentais" da reunião sendo que a primeira, é de que "o processo continua a seguir uma evolução positiva" no que diz respeito à incidência da Covid-19 em Portugal.
"No crescimento da projeção do vírus na sociedade portuguesa, há aqui uma desaceleração que pode parecer lenta mas que é cada vez mais consistente", sublinhou.
O Chefe de Estado também revelou que os valores referentes à propagação do vírus no país também têm vindo a descer: "No início, cada um dos portuguesas e portuguesas contaminava não chegava a duas pessoas (1,8) e agora os valores têm vindo a descer em todas as áreas territoriais, estando muito abaixo daquilo que se verificava no início do processo".
Recordando que disse na semana passada que era "preciso ganhar em abril o mês de maio", Marcelo reforçou que é "preciso continuar a dar o exemplo que os portugueses deram", apelando à população que mantenha a forma como tem enfrentado a pandemia até ao final deste mês. "Porque essa é a base do sucesso. O sucesso está no comportamento dos portugueses", argumentou.
"A luz ao fundo do túnel"
Como uma terceira conclusão, o Presidente referiu que "se abril decorrer até ao fim como esperado então em maio, os portugueses vão começar a habituar-se à ideia de conviverem socialmente com a realidade de um vírus que foi vencido naquilo que representava de um risco grave para a sociedade portuguesa, passando a ser um dado da vida no dia-a-dia".
Alertando que esta transição deverá, contudo, ser realizada com precaução e com "as mesmas atitudes que os portugueses têm tido de seriedade, proteção sanitária e distanciamento no convívio com os outros", Marcelo apontou para "uma retoma progressiva económica e social" no próximo mês.
Fazendo suas as palavras de António Costa, o Chefe de Estado afirmou que se começa a ver "aquela luz ao fundo do túnel". "Abril tem de ser bem sucedido para que se comecem a ver luzinhas", reiterou.
Futuro em maio decidido a 28 de abril
Questionado pelos jornalistas se o estado de emergência permanecerá aquando o levantamento das medidas restritivas, o Presidente esclareceu que "tudo se encaminha para uma renovação" por novo período de 15 dias até 2 de maio. "Essa renovação pode ser que nalgumas facetas signifique, não diminuir a exigência de abril, não, em relação à circulação das pessoas, mas apontar já para aquilo que vai ser a realidade de maio", sustentou, ressalvando que ainda é cedo para falar desta questão, sendo que será decida no início de maio após uma nova reunião marcada para o dia 28 de abril, na qual será feito um balanço de abril.
Sobre uma possível transformação do papel das Forças Armadas na renovação do estado de emergência, Marcelo garantiu que "não é necessário alterar o que quer que seja" neste prolongamento, lembrando que o envolvimento tanto das Forças Armadas com das de segurança tem sido "em matéria de proteção civil".
Por fim, confrontado com a aproximação das celebrações religosas em Fátima, o Presidente foi claro: "Esta transição é incompatível com fenómenos de massa que qualquer observador comum perceberá que significariam um risco muito agravado em termos de contaminação".
Para além do Chefe de Estado também estiveram presentes neste encontro, como já é hábito, o presidente da Assembleia da República, o primeiro-ministro, os representantes dos partidos com assento parlamentar, os líderes das confederações patronais e os líderes das estruturas sindicais.