O hostel, localizado na rua Morais Soares, na freguesia de Arroios, foi evacuado devido a um caso positivo, mas entretanto os hóspedes foram testados e, segundo a SIC Notícias, 138 deram positivo.
Em declarações à agência Lusa, a presidente da Junta de Freguesia de Arroios, Margarida Martins, disse hoje que ainda não tem informação concreta sobre os resultados dos testes, mas alertou para a situação que se vivia naquela pensão e exigiu fiscalização.
"Devíamos exigir que a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) verifique esta situação. É impossível numa pensão onde há 40 quartos estarem 200 pessoas. Deveria ser obrigação do Estado não deixar as coisas chegarem a este ponto", disse.
De acordo com Margarida Martins, a situação ainda é mais grave tendo em conta o que se está a viver na sequência da pandemia de covid-19.
"Uma pensão em que vivem 200 pessoas em 40 quartos quer dizer que vivem todas ao molho e sem condições. Acho que o Estado tinha a obrigação de verificar e a ASAE tem de verificar", referiu.
A agência Lusa tentou, sem sucesso, contactar por várias vezes a Câmara Municipal de Lisboa para obter informação e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS) remeteu para a Direção-Geral da Saúde.
No entanto, a SIC Notícias avançou hoje que há 138 hóspedes do hostel que testaram positivo para a covid-19. Há ainda seis casos inconclusivos.
No total, segundo a SIC, foram testadas 175 pessoas, entre hóspedes e funcionários. Outros 31 testes deram negativo.
De acordo com a estação de televisão, 80 hóspedes infetados já foram transportados para a Pousada da Juventude de Lisboa, onde vão cumprir isolamento, e os restantes casos positivos também vão ser encaminhados para locais onde possam estar isolados.
Os hóspedes que não estiverem infetados vão regressar ao hostel, que foi desinfetado no domingo.
Aos jornalistas presentes no local no domingo, o vereador da Proteção Civil Municipal de Lisboa, Carlos Castro, avançou que mais de metade dos hospedes já tinha sido testada, com os testes "em lotes de 20" a serem encaminhados para laboratório.
Na altura, Carlos Castro acrescentou que a autarquia e as diversas entidades envolvidas iriam garantir as refeições às pessoas que estavam a ser acompanhadas na Mesquita de Lisboa por equipas de saúde e bombeiros, além de tradutores.
Segundo o responsável municipal, a operação de retirada dos hóspedes envolveu diversas entidades do ramo de saúde e de apoio aos imigrantes e refugiados, como o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, o Alto Comissariado para as Migrações e o Conselho Português para os Refugiados.
Os hóspedes foram levados para a Mesquita de Lisboa, local de culto que se encontra encerrado, onde à chegada foram testados para a covid-19 e onde ficaram a aguardar os resultados.