Epidemia está "francamente a descer" mas devemos estar "mais alerta"

Com o fim do Estado de Emergência no sábado, Governo e Direção-Geral de Saúde redobram a mensagem de que o "desconfinamento não nos isenta de continuarmos a a seguir medidas de prevenção". Se abril foi decisivo no combate à pandemia, "maio será determinante". Graça Freitas pediu atenção na hora de comprar as máscaras sociais (estas têm de ser certificadas) e insistiu no uso correto das mesmas.

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Melissa Lopes com Elsa Pereira
30/04/2020 13:02 ‧ 30/04/2020 por Melissa Lopes com Elsa Pereira

País

Covid-19

Depois de conhecido o boletim epidemiológico desta quinta-feira, Ministério da Saúde e Direção-Geral da Saúde fazem a habitual conferência de imprensa sobre a evolução do surto de Covid-19, numa altura em que o país se prepara para, de forma faseada, começar a levantar restrições. 

O secretário de Estado da Saúde começou por destacar que "abril foi um mês decisivo no combate à pandemia". Porém, salvaguardou, "se abril foi um mês importante, maio será determinante".

O governante lembrou também que "as máscaras não protegem as pessoas se não forem usadas corretamente", sublinhando que as regras de proteção individual "não deixam de vigorar com o levantamento do Estado de Emergência". Aliás, "o levantamento do Estado de Emergência obriga-nos a estar ainda mais alerta", fez sobressair Lacerda Sales.

Graça Freitas, por sua vez, reforçou as palavras do governante, destacando que "o desconfinamento não nos isenta de continuarmos a seguir medidas de prevenção e controlo da infeção", sendo que, voltou a lembrar, "uma só não é eficaz". Ou seja, "devemos usar um conjunto delas". 

"Vamos ter que ficar muito atentos às características das máscaras comunitárias", alertou, recordando que algumas são de uso único e outras terão reutilização Estas, advertiu, "não são reutilizáveis da mesma forma nem o mesmo número de vezes". Assim, apelou: "Quem comprar uma máscara comunitária (de nível 3) tem que ver exatamente na etiqueta se é uma máscara de uso único ou se é para reutilizar e quantas vezes se pode reutilizar e como pode ser reutilizada". 

Remdesivir

Sem querer antecipar que medidas do plano de desconfinamento (matéria que será anunciada hoje pelo primeiro-ministro), o secretário de Estado da Saúde disse que o Governo "está a acompanhar" de forma "muito atenta" a questão do medicamento remdesivir, "paralelamente àquilo que tem acontecido noutros países". Recorde-se que o medicamento antiviral está envolto em informações divergentes sobre a sua eficácia contra a Covid-19, com o laboratório norte-americano que o produz a defender essa eficácia e a revista científica The Lancet a divulgar informação contrária.

Para além deste, disse, "há outro antivíricos que temos estado a acompanhar (...) não há ainda decisões concretas sobre essa matéria porque não há ainda evidência clínica muito consistente". "Estamos a acompanhar ensaios e estudos internacionais", sublinhou. 

"Epidemia não está a crescer"

Graça Freitas sublinhou, respondendo às questões dos jornalistas, que "de facto, felizmente, a epidemia não está a crescer". "Todos os dias temos casos, mas a curva é uma curva que, apesar de ter altos e baixos, a tendência é decrescente", disse, mostrando o gráfico do boletim epidemiológico, recordando que as epidemias evoluem por ondas. "A nossa epidemia está francamente a descer, apesar de todos os dias temos casos". Os novos casos, sustentou, vão continuar a existir, variando o ritmo e a quantidade de novas infeções

Relativamente ao R (taxa de contágio por infetado), ele está sempre a ser calculado porque é evidente que, à medida que temos menos casos, o valor do R tende a ser menor. "Estamos à espera que os académicos nos apresentem os novos cálculos", adiantou a responsável, sublinhando que esse pârametro é apenas um de muitos a ter em conta. 

Quanto ao desconfinamento e a reabertura em concreto das creches, Graça Freitas sustentou que há medidas genéricas que devem ser tomadas, adiantando que a DGS está a preparar uma norma específica para cuidados  a ter com as crianças para minimizar o risco. No entanto, a diretora-geral notou que "minimizando o risco, esse risco nunca será zero". "Vamos é fazer tudo para o controlar, mesmo com crianças pequenas que têm de ser sempre supervisionadas para obedecer a determinadas regras de higiene". 

Questionada sobre o número de novos casos, tendo em conta que o boletim de hoje dá conta de novas 540 infeções, Graça Freitas explicou que ontem "houve um atraso na notificação" de alguns casos que foram hoje contabilizados. Na curva, esses mesmos dados estão alocados ao dia de ontem, tendo apenas sido incluídos hoje no boletim. 

Um caso de uma criança com síndrome de Kawasaki?

Depois de ontem ter sido questionada sobre se havia ou não algum caso de crianças infetadas com Covid-19 em Portugal com doença inflamatória semelhante à síndrome de Kawasaki, Graça Freitas confirmou hoje que há “uma situação”

“Fomos perguntar e há uma situação de quadro clínico que configura, pelo menos parecido com os que têm sido descritos na literatura médica”, afirmou a diretora-Geral da Saúde acrescentando que o caso “ainda carece de melhor caracterização”

Recorde aqui a conferência da DGS

 

 

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