Portugal tem mais de sete milhões de máscaras FFP2 para profissionais

Portugal tem atualmente cerca de 7,1 milhões de máscaras FFP2 para profissionais de saúde, revelou hoje o secretário de Estado da Saúde, considerando o número "confortável" mas admitindo novas aquisições devido à covid-19.

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Lusa
30/04/2020 14:27 ‧ 30/04/2020 por Lusa

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Covid-19

 

   "Temos uma encomenda de 12,3 milhões de máscaras FFP 2 [máscara de proteção respiratória autofiltrante]. Destas, foram já entregues cerca de 5,2 milhões. É um número que nos deixa confortáveis", observou António Lacerda Sales na conferência de imprensa diária da Direção-Geral da Saúde sobre a pandemia do novo coronavírus.

O governante notou que as medidas de aquisição são "progressivas" pelo que poderão ser compradas mais máscaras "se houver algum défice ou falha".

Questionado pelos jornalistas sobre o uso do medicamento antiviral remdesivir no combate à covid-19, Lacerda Sales disse que Portugal está "a acompanhar" o seu uso "de forma muito atenta", tal como o uso de "outros antivíricos".

"Não há decisões porque não há evidência (prova) clínica muito consistente", afirmou.

O medicamento antiviral remdesivir está envolto em informações divergentes sobre a sua eficácia contra a covid-19, com o laboratório norte-americano que o produz a defender essa eficácia e a revista científica The Lancet a divulgar informação contrária.

A farmacêutica Gilead anunciou na quarta-feira que o remdesivir teve resultados "positivos" num ensaio clínico feito em parceria com institutos de saúde americanos e é uma das hipóteses para tratar doentes com covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus.

No entanto, também na quinta-feira, a revista médica The Lancet publicou resultados dececionantes de um estudo chinês mais pequeno, feito igualmente em comparação com um placebo, que demonstrou que os doentes tratados com o remdesivir, um antiviral desenvolvido contra o ébola, mas nunca aprovado para outras doenças, não ficaram melhores do que os tratados com o placebo.

Não é raro os ensaios divergirem, mas o estudo dos institutos de saúde americanos estava entre os maiores e mais aguardados, como o estudo europeu Discovery, do qual se esperam resultados.

"A Gilead Sciences está ciente dos dados positivos de um estudo conduzido pelo Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas sobre o seu medicamento antiviral remdesivir para o tratamento da covid-19", disse a empresa.

"Positivo" significa que os doentes tratados recuperaram mais depressa, segundo os objetivos declarados do estudo, mas os números ainda não foram divulgados.

O diretor do Instituto de Doenças Infecciosas, Anthony Fauci, falando na Casa Branca ao lado do Presidente dos Estados Unidos, mostrou-se apenas um pouco otimista, afirmando que não era uma vitória por "KO". Segundo o responsável a mortalidade no grupo de controlo seria de 11%, contra 08% no grupo remdesivir.

O ensaio clínico começou a 21 de fevereiro e incluiria 800 doentes de covid-19, dos Estados Unidos e de outros países. Nem os doentes nem os médicos sabiam se a solução intravenosa era remdesivir ou placebo, parecido com a droga mas apenas com ingredientes inativos.

Muitos ensaios clínicos estão a decorrer na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos para encontrar um tratamento eficaz contra a covid-19.

Até agora apenas o estudo chinês, feito entre 06 de fevereiro e 12 de março em dez hospitais de Wuhan, cidade onde teve origem a pandemia, foi devidamente avaliado e publicado. Os seus resultados estiveram por pouco tempo, a 23 de abril, na página da Organização Mundial da Saúde, mas foram depois retirados.

Neste estudo participaram 237 doentes, dois terços dos quais tratados com remdesivir. Os médicos queriam mais de 450 doentes, mas a pandemia parou na cidade antes que chegassem a esse valor.

"O tratamento com remdesivir não acelera a cicatrização nem reduz a mortalidade da covid-19, em comparação com o placebo", segundo um resumo do estudo publicado na "The Lancet".

Portugal regista hoje 989 mortos associados à covid-19, mais 16 do que na quarta-feira, e 25.045 infetados (mais 540), indica o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção Geral da Saúde.

Comparando com os dados de quarta-feira, em que se registavam 973 mortos, hoje constatou-se um aumento de óbitos de 1,6%.

Relativamente ao número de casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus (25.045), os dados da DGS revelam que há mais 540 casos do que na quarta-feira, representando uma subida de 2,2%.

 

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