Trabalhadores dos Transportes apreensivos com proteção dos motoristas

O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes considerou hoje que as medidas a ser aplicadas nos transportes públicos a partir de segunda-feira deviam ter ido mais longe para protegerem mais os condutores, sendo a segurança individual o maior receio.

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© Câmara Municipal do Barreiro

Lusa
30/04/2020 20:55 ‧ 30/04/2020 por Lusa

País

Covid-19

"O receio tem mesmo a ver com a proteção, todos nós sabemos que somos serviços essenciais para a economia voltar à normalidade, para termos as pessoas nas ruas precisamos de transportes públicos, mas o grade problema que se nos coloca, e alguma a apreensão, é a segurança individual", disse à Lusa Rui Caleiras, presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes (SITRA).

 O responsável considerou ser o "princípio de uma boa medida de prevenção o uso de máscara", mas considera que as medidas "deviam ter ido mais longe na proteção do habitáculo do condutor".

Rui Caleiras adiantou que "nenhuma empresa no setor dos transportes, consegue ter, de um momento para o outro uma cabine fechada" para o motorista ou guarda-freio, reconhecendo que algumas empresas já testaram "soluções com vinil maleável ou plástico, algumas das quais chumbadas pela Direção-Geral da Saúde", considerando tal facto como "caricato".

De acordo com o sindicalista, a Carris está a planear aplicar uma proteção à semelhança daquela adotada por outras capitais europeias, como Paris e Madrid, mas que ainda não chegaram a Portugal.

Rui Caleiras explicou tratar-se de uma proteção em vinil colocada no habitáculo do motorista, desde o vidro até à banqueta de venda de bilhetes para proteger o contacto mais direto, lembrando que há autocarros com mais espaço de entrada, mas que nos elétricos há menos espaço, logo haverá mais contacto social com os passageiros.

Para já, o sindicalista adiantou ter conhecimento que nesta primeira fase só haverá validação dos passes, desconhecendo quando irá começar a venda de bilhetes no transporte.

Outra das preocupações do sindicato tem a ver com a higienização e limpeza dos autocarros e a sua realização, lembrando que o risco "que já existia" será "muito maior", com a abertura da porta da frente e a retirada do espaço que estava limitado.

"Muitas vezes poderá haver o contacto com o vírus que nem sequer se vê", disse, acrescentando que medidas como "viseiras e películas serão fundamentais para a segurança dos tripulantes".

Rui Caleiras salientou a necessidade de "incutir segurança no tripulante, motorista, guarda-freio, mas também aos utentes que têm de se sentir em segurança com limpezas e desinfeções para serem transportados com menos receio".

De acordo com o plano para a reabertura da atividade económica e social, hoje divulgado após a reunião do Conselho de Ministros, a partir da próxima segunda-feira (04 de maio) nos transportes públicos a lotação será de dois terços da capacidade.

Além disso, será obrigatório o uso de máscara nos transportes públicos, que serão higienizados.

O Conselho de Ministros aprovou hoje o plano de transição de Portugal do estado de emergência, que cessa no sábado, para o estado de calamidade.

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