"É às autoridades sanitárias que cabe a definição das regras sanitárias, de acordo com a melhor evidência e em cada momento", disse António Sales durante a conferência de imprensa de atualização diária de informação sobre a pandemia da covid-19, referindo-se à concentração organizada pela CGTP na sexta-feira em Lisboa.
O Presidente da República reconheceu hoje que tinha uma ideia "mais simbólica" para se assinalar o 1.º de Maio quando abriu a porta à comemoração da data na última renovação do estado de emergência, referindo que não previa algo "desta dimensão e deste número".
Questionado sobre as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, o secretário de Estado disse apenas que a definição das regras sanitárias para a realização das celebrações da data coube às autoridades de saúde, que o fizeram "de acordo com aquilo que é, de facto, a melhor evidência a cada momento".
No sábado, a ministra da Saúde também tinha sido questionada sobre o tema, defendendo que o decreto presidencial do estado de emergência o permitiu e que foi feito um "evento bastante diferente" do formato habitual, com as pessoas distantes, muitas de máscara e menos tempo do que habitual.
Em entrevista por telefone à Rádio Montanha, da ilha do Pico, o Presidente da República afirmou que a "interpretação das autoridades sanitárias foi mais extensa, ampla e vasta" da que o chefe de Estado tinha idealizado no seu "espírito", declarando entender as críticas à dimensão e características do assinalar da data em Lisboa.
As comemorações da CGTP do Dia do Trabalhador juntaram, na sexta-feira, cerca de mil manifestantes, de máscara e a manter a distância de segurança, na Alameda D. Afonso Henriques, num dia em que ainda vigorava o estado de emergência, que terminou no sábado.
No domingo, o país entrou em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março, devido à pandemia da covid-19, que já provocou 1.063 mortos e infetou 25.524 pessoas em Portugal.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.