De acordo com o estudo que envolveu a Nova SBE (da Universidade Nova de Lisboa), a Universidade de Hamburgo (Alemanha), a Universidade Erasmo de Roterdão (Holanda) e a Universidade Bocconi, de Milão (Itália), 66,7% dos 1.052 portugueses inquiridos estão "muito preocupados" com os efeitos da pandemia em termos de saúde, e 22,4% estão "bastante preocupados".
Relativamente às consequências económicas da pandemia, 44,4% estão "muito preocupados", 34,9% estão "bastante preocupados" e 15,5% "moderadamente preocupados".
No indicador regional relativo ao desemprego, os residentes da Madeira manifestaram o maior grau de "muita preocupação", com 73%, do total, o que compara com 65% deste indicador no Alentejo, 57% nos Açores, 55% no Norte e no Algarve, 52% no Centro e 49% em Lisboa.
Já em termos de grau de instrução, 41% das pessoas inquiridas com elevado grau se mostraram preocupadas com o desemprego, com esse valor a subir para 50% em quem tem um grau médio e 65% para quem tem um grau baixo.
Em termos de aprovação das medidas de contenção decretadas pelo Governo, 59,2% dos portugueses inquiridos no estudo afirmam "aprovar" e 20,2% "aprovar fortemente", ao passo que 19,7% se manifestaram indiferentes na resposta.
Dos 1.052 inquiridos, 68% demonstraram-se favoráveis ao uso de dados de localização móvel para fins de monitorização de pessoas infetadas com o novo coronavírus, com este indicador a ter menor apoio nas faixas etárias abaixo dos 35 anos.
Já medidas como o fecho de fronteiras e a suspensão de ajuntamentos tiveram um apoio de 94% e 91%, respetivamente.
Relativamente ao consumo de informação sobre a pandemia de covid-19, 94% dos inquiridos apontou a televisão como principal meio de obtenção de informação, com 60% dos inquiridos a reconhecer também o uso da internet.
As redes sociais foram a terceira fonte de informação mais mencionada, com 50% dos inquiridos a referi-las, com maior preponderância nas pessoas com menos de 45 e anos e com escolaridade média ou baixa.
Os resultados obtidos dos portugueses inquiridos no estudo assinalam ainda que há maior confiança nas instituições de saúde (hospitais, médicos de família e Organização Mundial de Saúde [OMS]) do que em fontes governamentais, os principais canais de notícias ou a União Europeia.
No entanto, a faixa etária que respondeu ao inquérito acima dos 55 anos tende a confiar mais nas informações vindas do Governo do que os mais jovens, o mesmo acontecendo relativamente a pessoas com maior grau de escolaridade face a um menor.
Em termos de adesão às recomendações da OMS, esta é maior em quem tem maior escolaridade, com 69% dos respondentes com escolaridade alta a afirmarem ter aderido completamente às recomendações de distanciamento físico entre pessoas, diminuindo esse valor para 62% nas pessoas com escolaridade baixa.
O mesmo padrão é notado no evitar de apertar de mãos, abraços ou beijos nos cumprimentos às pessoas, com 87% dos inquiridos portugueses com escolaridade alta a dizer que o implementou, baixando esse número para 82% nos inquiridos com escolaridade baixa.
Também os mais velhos afirmam ter implementado mais do que os mais novos quer o distanciamento físico, quer o abdicar de apertar de mãos, abraços ou beijos nos cumprimentos sociais.
O inquérito foi realizado após três semanas de estado de emergência em Portugal.