Num comunicado enviado hoje às reações, o Sinfa considera que não existem condições "mínimas de biossegurança e higienossanitárias" para que os trabalhadores possam cumprir a "decisão da empresa CP" para o "regresso à normalidade" das tarefas de fiscalização e venda de títulos de transporte.
Para o Sinfa, que representa 85 dos cerca de 800 trabalhadores que fazem fiscalização e venda de bilhetes nos comboios da CP, a decisão da empresa é "despropositada" e "precipitada".
O sindicato considera que, perante a especificidade das tarefas que "implicam proximidade e contactos frequentes", não estão assegurados todos "os meios de proteção para uma operacionalidade plena".
Em declarações à Lusa, o coordenador nacional do Sinfa, Cândido Marques, apontou falhas na distribuição do equipamento de proteção individual, salientando que muitos colegas ainda não o receberam e quem o recebeu já está a ficar sem máscaras porque não foram acauteladas formas de repor e distribuir o material pelos locais onde estes profissionais entram ao trabalho.
Além disso, critica também o facto de a decisão da CP ter sido tomada um dia após o fim do estado de emergência, porque, precisou o dirigente sindical, o "perigo continua a existir, não terminou com o estado de emergência".
De acordo com o coordenador nacional do Sinfa, nos comboios suburbanos não tem havido fiscalização de títulos de transporte e nos regionais apenas "pontualmente" estão a ser feitas vendas.
Nos de longo curso, a questão da segurança e higiene está mais salvaguardada porque a tecnologia atualmente existente permite recorrer ao telemóvel para verificar os lugares que estão ocupados e se quem os ocupa é o passageiro válido.