Em declarações à Lusa, António Pereira, da Comissão de Trabalhadores do Arsenal do Alfeite, afirmou que a demissão da administração foi comunicada pela administração, numa reunião, hoje, com os representantes dos trabalhadores.
Num comunicado conjunto, a comissão de trabalhadores e o Sindicato dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas e Empresas de Defesa (STEFFAs) escrevem que a administração "foi demitida pela tutela [Ministério da Defesa] para ser implementado um novo modelo de gestão neste estaleiro naval"
As duas estruturas exigiram "esclarecimentos do Governo" e pediram "uma reunião com carácter de urgência ao ministro da Defesa Nacional".
Num esclarecimento enviado à Lusa, o Ministério da Defesa Nacional não se refere explicitamente à demissão, mas menciona a necessidade de "uma reorientação da empresa Arsenal do Alfeite, através de uma estratégia que reforce e aprofunde a capacidade de criação de valor e de internacionalização da empresa".
Os novos administradores "serão eleitos pelo acionista Estado" logo que "estiver concluído todo o processo legal para o efeito", lê-se no esclarecimento, em que é assinalado que o "Governo norteia o processo de formação das equipas em função dos objetivos fixados para as empresas em causa e para a economia da Defesa como um todo".
"As novas equipas de gestão serão submetidas, nos termos da lei, a apreciação pela CRESAP [Comissa~o de Recrutamento e Selec¸a~o para a Administrac¸a~o Pu´blica], e é convicção do Governo que as mesmas reúnem o conjunto de competências, experiência do setor, e de novas áreas de negócio, que permitirão concluir com sucesso o processo de reestruturação iniciado em 2014", escreve o Ministério da Defesa.
À Lusa, António Pereira, da comissão de trabalhadores, afirmou que vê com "muita preocupação" esta decisão, dado que o estaleiro tem em mãos vários projetos importantes, como a reparação do submarino "Arpão".
"Enquanto se trocam administrações e se avançam 'novos modelos de gestão', continua a não ser feito investimento nas infraestruturas nem na escola de formação ou a serem admitidos trabalhadores em número suficiente", lê-se no comunicado conjunto do sindicato e da comissão de trabalhadores.