Dificuldades económicas limitam acesso de guineenses às máscaras
As dificuldades económicas são um entrave à aquisição de material de proteção, como máscaras, por parte da comunidade guineense que, devido ao desemprego, já começa a procurar outros países para trabalhar, de acordo com um dirigente associativo.
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País Covid-19
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação Guineense de Solidariedade Social (Aguinenso), João Tatis Sá, referiu que são cada vez mais visíveis os sinais da crise junto desta comunidade e, por consequência, é cada vez maior o número de pessoas a quem a associação acode com bens essenciais.
Mas além da questão alimentar, com o Banco Alimentar Contra a Fome a ser muito procurado por guineenses em Portugal, que também encontram ajuda nas mesquitas, a Aquinenso está preocupada com as barreiras económicas no acesso a produtos de proteção contra a covid-19, como máscaras e desinfetantes.
"Já procedemos à entrega deste material e estamos a procurar formas de conseguir mais máscaras e desinfetantes para oferecer a esta população, que tem muitas dificuldades económicas nesta altura, com a perda de empregos, nomeadamente em alguns serviços de limpeza e na construção civil, setor que tem estado parado", disse.
E acrescentou: "Por um lado promovemos o uso deste material, mas por outro nem todos os cidadãos têm meios para o adquirir. É aqui que a associação está a tentar ajudar, numa área que nunca tinha existido, pois até agora tem-se limitado mais à distribuição de bens essenciais".
Com mais de 16.000 guineenses em Portugal, a comunidade começa a sentir o primeiro impacto das medidas de restrição impostas para travar a pandemia do novo coronavírus.
Com pouco mais de 16.000 pessoas, os guineenses são a décima nacionalidade estrangeira mais representativa em Portugal, trabalhando em vários setores, como construção civil e nas limpezas.
O setor das limpezas foi o que inicialmente sofreu um maior impacto do confinamento, com muitas mulheres a ficarem em casa ou a serem impedidas de trabalhar nas residências onde laboravam.
Contudo, João Tatis Sá indica que se regista um regresso da atividade, ainda que lento, o mesmo não acontecendo com a construção civil, que continua a limitar-se a algumas obras que não chegaram a parar, embora tenham abrandado.
Esta será uma das razões por que vários guineenses já começaram a procurar saídas profissionais em outros países, nomeadamente Reino Unido e França.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 267 mil mortos e infetou mais de 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Cerca de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.105 pessoas das 26.715 confirmadas como infetadas, e há 2.258 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
Portugal entrou domingo em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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