O pai e a madrasta de Valentina, a menina de nove anos assassinada em Atouguia da Baleia, em Peniche, ficaram, esta quarta-feira, em prisão preventiva por suspeitas de serem os autores do crime.
"Decide-se sujeitar a prisão preventiva os arguidos Sandro e Márcia uma vez fortemente indiciados que: a arguida Márcia Monteiro realizou como autora de um crime de homicídio qualificado por omissão e sob dolo eventual", leu a oficial de Justiça, acrescentando que "o arguido Sandro Bernardo realizou como autor um crime de homicídio qualificado".
Ambos os arguidos, "também em coautoria, um crime de profanação de cadáver". Sandro Bernardo realizou ainda "um crime de violência doméstica".
Recorde-se que os resultados preliminares da autópsia apontam para que Valentina tenha tido uma morte violenta. Embora haja indícios de asfixia, a criança de terá sofrido agressões em vários locais, o que lhe causou diversas lesões, incluindo na cabeça, segundo fonte policial.
A menina não estava sinalizada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), informou a entidade, que em 2019 arquivou um processo relativo à criança.
Valentina foi dada como desaparecida na última quinta-feira de manhã, depois de uma denúncia feita pelo pai no posto da GNR de Peniche.
As buscas contaram com o envolvimento de "mais de 600 elementos ativos, numa área percorrida de sensivelmente quase quatro mil hectares, palmilhada mais do que uma vez em alguns locais", referiu o comandante da GNR de Caldas da Rainha, Diogo Morgado, numa conferência de imprensa, no domingo.
Depois de cerca de três dias de buscas, a PJ de Leiria deteve, no domingo, o pai e a madrasta da vítima, cujo corpo foi encontrado numa mata na Serra D'el Rei, no concelho de Peniche, distrito de Leiria, coberto por arbustos.