Em declarações à Lusa, Luís de Sousa (PS) referiu que esta é uma das medidas estabelecida após uma reunião ocorrida esta manhã e que juntou a Câmara de Azambuja, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, o coordenador regional para a resposta à pandemia, Duarte Cordeiro, responsáveis das empresas CP - Comboios de Portugal e Infraestruturas de Portugal (IP) e empresários.
Esta reunião, que se realizou por videoconferência, serviu para discutir as condições de transporte dos passageiros que trabalham nas empresas de logística de Azambuja, no distrito de Lisboa, devido aos casos da covid-19.
"Chegámos à conclusão de que o problema não está dentro dos comboios, até porque os passageiros viajam com espaço e trazem máscara, mas sim na saída deles na estação. Com a pressa de saírem da plataforma, ao subirem as escadas, acabam por se aglomerar e ter muito contacto", explicou o autarca.
Luís de Sousa sublinhou que esse problema se verifica sobretudo na estação ferroviária do Espadanal, onde fica localizada a Plataforma Logística de Azambuja.
Entretanto, em comunicado, o Ministério das Infraestruturas e da Habitação assegura que a tutela "irá encontrar uma solução que ajude a promover alguma pedagogia junto dos utentes, nomeadamente através da colaboração das forças de segurança tanto dentro do comboio, como na estação".
"A ideia é levar as pessoas a comportamentos que minimizem os riscos, nomeadamente dispersando-se pelas várias saídas do comboio e não apenas na da frente, e garantindo o acesso à escadaria com distâncias de segurança", explica a tutela.
Além disso, a IP "irá incluir na estação do Espadanal um conjunto de sinalética para sensibilizar as pessoas para utilização do espaço físico na sua totalidade" e a CP "reforçará a sensibilização dos seus revisores".
Do lado das empresas, foi recomendado que estas dessem tolerância aos trabalhadores "na hora de picar ponto, evitando assim urgência em chegar".
No sentido de monitorizar esta situação, o presidente da Câmara Municipal de Azambuja adiantou que será criado um grupo de trabalho, composto por representantes das várias entidades.
"Da nossa parte ainda iremos estudar a possibilidade de ser colocada mais uma escada na estação e assim distribuir mais as pessoas", apontou.
Na zona industrial Vila Nova da Rainha/Azambuja operam cerca de 230 empresas empregando um total aproximado de 8.500 trabalhadores, muitos dos quais utilizam o comboio.
No dia 02 de maio, a empresa de produtos alimentares Avipronto, situada na Plataforma Logística de Azambuja, fechou provisoriamente, depois de terem sido detetados 38 casos positivos de infeção pelo novo coronavírus entre os funcionários.
Após os 300 funcionários da empresa serem testados, foram detetados 101 casos positivos.
Entretanto, a empresa retomou na segunda-feira a laboração com cerca de 30 trabalhadores, divididos em dois turnos.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 297 mil mortos e infetou mais de 4,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 1,5 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.184 pessoas das 28.319 confirmadas como infetadas, e há 3.198 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.