Bruno pedala 25 km nas aldeias de Baião para distribuir medicamentos
Bruno Ferreira, de 36 anos, pedala 25 quilómetros na sua bicicleta, à sexta-feira, por caminhos de Baião, no distrito do Porto, para distribuir medicamentos a idosos isolados que dependem das entregas devido à pandemia da covid-19.
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País Covid-19
O trabalho, contou hoje à Lusa, é feito desde o início de maio, ao serviço da Junta de Freguesia de Ancede e Ribadouro, onde é funcionário, mas foi sua a ideia de usar a bicicleta particular para distribuir os medicamentos porta-a-porta, aliando duas paixões: ajudar os outros e praticar desporto.
"Sempre estive envolvido na comunidade e pronto para ajudar. 'Sempre Pronto' é um lema do meu tempo de escoteiro", observou.
Os pedidos dos medicamentos são enviados para a junta de freguesia e Bruno Ferreira é quem os vai levantar à farmácia da terra, que tem um acordo com a autarquia, e os faz chegar a 16 pessoas, a maioria idosos, mas também profissionais de saúde que estão a cumprir quarentena em tempo de pandemia.
Normalmente, o serviço demora uma manhã. Trajado de ciclista, carregando às costas uma mochila cheia de remédios, monta na sua bicicleta e começa o sobe e desce vigoroso das encostas voltadas para o rio Douro. E vai parando em cada casa, onde as conversas tantas vezes são animadas pelos idosos que vivem sozinhos e apreciam a companhia.
Aquela atividade, acentuou à Lusa, permite reencontrar pessoas que conheceu no grupo sénior "Viver a Vida", onde é animador: "É tão bom poder ajudar todos os que não podem sair de casa".
Além de Ancede e Ribadouro, onde trabalha e reside, também são servidas algumas pessoas das freguesias vizinhas de Gove, Campelo e Ovil, obrigando a pedaladas mais distantes, mas que "valem muito a pena".
Daniel Guedes, presidente da junta, destaca a importância deste serviço, para quem, como muitos idosos da sua freguesia, vive sozinho e é doente, perante os constrangimentos da pandemia.
O autarca disse à Lusa que "o trabalho do Bruno é muito gratificante para todos" e que, por isso, o serviço de distribuição de medicamentos porta-a-porta vai manter-se enquanto for necessário.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 318 mil mortos e infetou mais de 4,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Em Portugal, morreram 1.247 pessoas das 29.432 confirmadas como infetadas, e há 6.431 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
O Governo aprovou novas medidas que entraram em vigor na segunda-feira, entre as quais a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.
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