"Até ao final da semana passada já havia mais de 30% de atividade de consulta e de cirurgia que tinha sido suspensa e que já estava remarcada e, portanto, sem recurso a mecanismos adicionais e este trabalho é um trabalho que vai ser continuado nos próximos dias e semanas, tendo nós a confiança que o SNS vai continuar a responder em épocas de não covid-19 ou de menor incidência da covid-19 com o mesmo desempenho e a mesma capacidade que respondeu durante a pandemia", disse hoje a ministra Marta Temido.
A governante respondia sobre o plano de recuperação de atividade clínica suspensa devido à pandemia, na conferência de imprensa diária conjunta com a Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre o ponto de situação da covid-19 em Portugal.
O plano de recuperação da atividade suspensa "está a ser desenhado" e com base "nos levantamentos feitos pelas próprias instituições", disse Marta Temido.
"Temos vindo a trabalhar há várias semanas com hospitais e unidades de saúde nesse tema. Esse é um trabalho que irá agora ter desenvolvimentos concretos e específicos em torno dos cuidados de saúde primários, através de um conjunto de reuniões que vamos realizar ao longo do dia de amanhã e da próxima semana e que ao nível das listas de espera hospitalares terá uma abordagem própria", disse, referindo que a abordagem será primeiro discutida com os hospitais antes de ser tornada pública.
Marta Temido identificou as consultas de especialidade em dermatologia, oftalmologia, ortopedia e neurologia como as que têm maior número de pendências à espera de primeira consulta hospitalar, sendo estas as especialidades que já registavam listas de espera.
"Os problemas não mudaram de foco", disse.
No que diz respeito a cirurgias, oftalmologia e ortopedia, esta última "das intervenções mais simples às altamente complexas" e também a neurocirurgia, "onde alguns atos só são praticados no SNS", não tendo alternativa fora dele, são as especialidades que "mais preocupam" o Governo.
Portugal contabiliza 1.316 mortos associados à covid-19 em 30.623 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
O Governo aprovou novas medidas que entraram em vigor na segunda-feira, entre as quais a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.