A Polícia de Segurança Pública desencadeou, esta quarta-feira, uma megaoperação - 'Dupla Face' - , da qual resultaram quatro detidos com idades compreendidas entre os 31 e os 48 anos. Entre estes detidos está um polícia do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP.
O outro elemento da PSP, que inicialmente a força de segurança indicou que tinha sido detido, foi apenas constituído arguido. Este agente, como indicou o comissário Bruno Pereira em declarações aos jornalistas, tem cerca de 47/48 anos.
Quanto ao agente da PSP detido, será amanhã presente a um juiz de instrução criminal para aplicação das medidas de coação. Já relativamente ao elemento constituído arguido, serão desencadeados "mecanismos internos de acordo com a eventual responsabilidade penal". A medida a aplicar "será conhecida a curto prazo".
O comissário Bruno Pereira recusou adiantar pormenores quanto ao 'modus operandi' da atividade criminal, uma vez que o processo está em segredo de justiça. Sabe-se apenas que o grupo se dedicava a atividades criminosas altamente lucrativas e que os suspeitos respondem por associação criminosa, corrupção, favorecimento pessoal praticado por funcionário, extorsão, coação, detenção de armas proibidas e tráfico de estupefacientes.
Para além dos quatro detidos, mais de uma dezena de arguidos foram constituídos arguidos e houve lugar a diversas apreensões, designadamente "uma caçadeira de canos longos, uma pistola de alarme transformada em arma de calibre 6.35, bens e documentação relacionada com a atividade".
Nesta megaoperação foram desencadeados vários atos processuais, entre eles 22 buscas domiciliárias e 28 não domiciliárias. A PSP levou ainda a cabo o cumprimento de dois mandados de detenção.
Nas diligências, onde estiveram reunidos cerca de 150 agentes de quase todas as valências da PSP, "não houve incidentes" a registar, indicou o comissário, acrescentando ainda que as buscas decorreram em Lisboa, Setúbal e Beja.
