"Dirijo-vos uma saudação muito amiga, caríssimos diocesanos de Lisboa, nesta proximidade, já, da reabertura gradual, cautelosa, das nossas celebrações comunitárias a partir do próximo Pentecostes", afirmou o responsável num vídeo publicado no canal do Patriarcado de Lisboa no YouTube.
Em Portugal, a partir de 30 de maio, estão autorizadas celebrações religiosas de acordo com regras definidas entre as autoridades de saúde e as confissões.
"O Pentecostes é uma boa altura para que isto aconteça, porque é o espírito de Cristo que nos conduz também da maneira mais acertada para que o evangelho continue, as nossas celebrações também, e tudo aquilo que é a vida de Cristo no mundo possa acontecer", considerou Manuel Clemente.
O cardeal-patriarca sublinhou que, "durante estes meses de confinamento, muito restrito, as famílias desenvolveram essa dimensão doméstica da vida da Igreja, com muitas realizações bonitas na casa de cada um. Também em momentos de oração, em momentos de convívio mais próximo, e em momentos de partilha da palavra de Deus".
Manuel Clemente assinalou que os fiéis também poderão seguir "pelos media, as celebrações eucarísticas, quer da diocese, quer das paróquias, que eram feitas sem povo próximo, mas, assim, mediaticamente, também alcançado" pela via tecnológica.
"Tudo isto, eu creio que continuará como complemento das celebrações habituais com povo, como a pouco e pouco, e muito cuidadosamente, se puderem fazer", vincou.
E acrescentou: "Vamos respeitar muito as orientações da conferência episcopal, que já conheceis e que podeis conhecer ainda melhor, no que diz respeito à celebração dos sacramentos e tudo o mais que se passa comunitariamente".
O responsável pediu também para que sejam respeitadas as indicações das autoridades de saúde, devido aos perigos da covid-19.
"Temos muita vontade de nos encontrarmos, mas sabemos que temos ainda por diante um vírus muito astucioso, que aproveitará qualquer descuido da nossa parte para grassar negativamente", destacou.
Manuel Clemente reforçou a necessidade de haver "cautela", garantindo que é com "muito gosto e entusiasmo" que serão retomadas as celebrações comunitárias.
"Desejo que tudo isto corra muito bem, tenho muito gosto em vos rever sempre, a cada uma das comunidades da nossa diocese, também acontecerá na Sé, acontecerá nas paróquias, acontecerá em todos os outros lugares onde possa acontecer. Onde caibam aqueles que estão previstos nas regras do confinamento", referiu.
O cardeal-patriarca disse que muitos fiéis não poderão entrar imediatamente nos locais de culto, mas pediu organização no serviço de acolhimento, na informação às pessoas e nos cuidados necessários de higiene, nomeadamente, em termos da desinfetação.
O objetivo é que, "com todo o resguardo necessário, com o afastamento previsto entre cada um, as coisas, a pouco e pouco, possam ir tomando rumo", rematou.
Portugal contabiliza 1.356 mortos associados à covid-19 em 31.292 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado hoje.
O país entrou no dia 3 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
O Governo aprovou novas medidas que entraram em vigor no dia 18 de maio, entre as quais a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.
O regresso das cerimónias religiosas comunitárias está previsto para 30 de maio e a abertura da época balnear para 6 de junho.