"Isto não é uma constipação. Jovens podem transmitir a pessoas de risco"
A Direção-Geral da Saúde e o Ministério da Saúde realizaram a já habitual conferência de imprensa relativa à evolução da pandemia de Covid-19 em Portugal.
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País Covid-19
Está prevista para a próxima segunda-feira, dia 1 de junho, a reabertura de centros comerciais por todo o país. A medida está a ser avaliada, esta sexta-feira, em Conselho de Ministros. Relativamente ao risco de contágio nessas unidades comerciais, Graça Freitas defende que está dependente "do comportamento" das pessoas e da "capacidade de supervisão".
De acordo com a diretora-geral da Saúde, a decisão de reabrir os shoppings, sobretudo na região de Lisboa, compete ao Conselho de Ministros, que está reunido no Palácio Nacional da Ajuda. "Não sabemos qual vai ser a decisão. O risco depende do comportamento das pessoas", até porque, "mesmo com os centros comerciais encerrados, não se consegue evitar a concentração noutros espaços e até mesmo ao ar livre. A questão é a capacidade de supervisão de acesso e do comportamento de pessoas neste espaço", disse.
Neste sentido, a responsável deixou um apelo ao "comportamento cívico", recordando que em Lisboa "tem-se assistido a concentrações para além do que seria desejável".
A diretora-geral da Saúde fez ainda um balanço da evolução da pandemia de Covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo (LVT), detalhando que há 4.400 doentes ativos e que, até ao momento, 5.700 infetados já recuperaram e voltaram à vida normal. Quanto ao número de mortos, "o balanço à data é que, infelizmente, 346 pessoas morreram em Lisboa desde que começou a epidemia".
Com efeito, LVT apresenta uma "situação complexa porque tem diversas causas. Temos, de facto, surtos que se concentram em várias circunstâncias", nomeadamente "seis grandes obras que empregam cerca de 130 doentes, o que não quer dizer que estes tenham contraído todos a infeção na obra". Há ainda 340 casos da doença causada pelo novo coronavírus em empresas, destacando-se aqui o surto na Azambuja.
Há ainda, prosseguiu, "focos relacionados com lares e bairros". Portanto, "a situação é multivariada, há casos isolados, há casos em ambiente familiar e surtos associados a infraestruturas, como lares, construção, empresas e bairros".
As pessoas jovens de facto têm tendência a ter doença ligeira, mas isto não é uma constipação. Não se esqueçam que, se passarem por Covid-19, podem transmitir a pessoas de risco. Vão perpetuar a transmissão (Graça Freitas)
Perante os casos de Covid-19 na população mais jovem que têm sido divulgados, Graça Freitas realçou que "há uma tendência para aliviar o comportamento. A única forma de evitar o contágio é evitar contacto contacto físico e aglomerados", sendo aqui de salientar a importância do uso das máscaras como medida adicional de prevenção.
"As pessoas jovens de facto têm tendência a ter doença ligeira, mas isto não é uma constipação. Não se esqueçam que, se passarem por Covid-19, podem transmitir a pessoas de risco. Vão perpetuar a transmissão". A responsável deixou assim um apelo à população jovem, para que "altere o seu comportamento", impedindo a "cadeia de transmissão onde pode ser apanhado um idoso ou um doente".
SNS e o reforço de "cerca de três mil profissionais"
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi reforçado com cerca de três mil profissionais, entre os quais 125 médicos e mais de 900 enfermeiros, devido à pandemia da covid-19, revelou o secretário de Estado da Saúde.
"Foram contratados no âmbito ao combate à Covid-19 cerca de 3 mil profissionais de saúde (...). Estamos mais capacitados, mais preparados, com maior resposta no SNS quer para atividade Covid, quer para atividade não Covid. Temos de continuar este caminho, vamos com certeza continuar a percorre-lo", disse António Lacerda Sales.
Dificuldade de agendamento de consultas?
Sobre as dificuldades que têm sido relatadas no agendamento de consultas, agora que foi retomada a atividade assistencial, o governante reforçou que o Ministério da Saúde tem "apelado e continua a apelar para que as pessoas não tenham medo" de frequentar unidades de saúde, já que "os circuitos são seguros. Estão reunidas as condições de segurança".
Lacerda Sales vincou ainda que, "de acordo com aquilo que é o nosso sistema organizacional de capilaridade entre espaços de saúde, estamos a fazer recuperação" da atividade através de diversas formas, entre as quais a deslocação de equipas ao domicílio.
Têm ainda sido realizadas "consultas hospitalares de forma descentralizada, sem prejuízo dos planos locais ou regionais da retoma da atividade”, enfatizou.
Questionada sobre a utilização de praias fluviais, a diretora-geral da saúde revela que os princípios impostos para as praias de mar e piscinas ao ar livre se aplicam a todos os outros tipos de praias.
Recorde aqui a conferência:
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