"Não existe nenhuma disparidade de tratamento. O trabalho de saúde pública conta com a proporcionalidade e adequação de respostas àquilo que são as necessidades. Temos aqui fenómenos de natureza diferente", afirmou a ministra da Saúde, Marta Temido, durante a conferência de imprensa diária de balanço sobre a pandemia em Portugal, em Lisboa.
A ministra respondia a uma questão sobre se não haveria disparidade de tratamento nas duas situações, face ao enorme dispositivo policial que foi acionado no sábado para o chamado Bairro da Jamaica.
Para Marta Temido, no caso do Bairro da Jamaica a situação prendia-se "com utilização inadequada de espaços de consumo, como restaurantes, cafés ou bares, onde o não acatamento das indicações de utilização" levaram "a determinar o encerramento e depois as autoridades aplicam-no".
As autoridades de saúde encerraram no sábado oito estabelecimentos comerciais, entre cafés e bares, em Vale de Chícharos, conhecido como Bairro da Jamaica, no Seixal, devido à pandemia da covid-19, numa ação que contou com um forte dispositivo policial.
No fim da operação, a comissária Maria do Céu Viola, do Comando de Setúbal da PSP, explicou aos jornalistas que, entre cafés e bares, "oito locais identificados pelas autoridades de saúde foram selados, fechados a cadeado e os proprietários notificados do encerramento".
Já no caso da Sonae da Azambuja, "as circunstâncias são de tipo empresarial, onde a abordagem também é no sentido do cumprimento das regras, mas em contexto laboral", salientou a ministra da Saúde.
"São dois tipos de intervenção distintos", acrescentou.
Portugal regista hoje 1.410 mortes relacionadas com a covid-19, mais 14 do que no sábado, e 32.500 infetados, mais 297, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.