Depois de terem sido conhecidos os dados mais recentes sobre a pandemia do novo coronavírus em Portugal - registando-se mais 14 mortos, 200 novos casos e 143 recuperados nas últimas 24 horas -, teve início a conferência da Direção-Geral da Saúde (DGS), que contou hoje com a presença da secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira.
A governante começou por referir que a taxa de letalidade global se situa nos 4,4% e a dos doentes com mais de 70 anos é atualmente de 17,2%.
Em relação à região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), que nesta altura merece "especial atenção", a secretária de Estado disse assinalar-se "alguma evolução".
"Face à evolução dos dados, foi nesta área que o Governo iniciou uma resposta específica, em articulação com as autoridades de Saúde locais, Municípios, Proteção Civil, empresas e Autoridade das Condições para o Trabalho", com incidência nos setores da construção civil e cadeias de abastecimento.
"Há um esforço fundamental em curso, nesta articulação de todas atividades no terreno, com uma forte intervenção do INEM, do INSA e de todos os laboratórios que connosco têm colaborado desde o primeiro dia e que permitem uma capacidade de testagem até sete mil testes diários, o que significará uma capacidade de até 49 mil testes só nesta semana", explicitou.
A par deste esforço, houve um apelo que Jamila Madeira reiterou a todos os portugueses, em particular aos que vivem na região de LVT: "É imperativo desconfinar com segurança e distância social para que consigamos seguir em frente com bons resultados de Saúde".
"Só fomos capazes de dar uma resposta forte à contenção da propagação deste vírus, porque fomos capazes de, coletivamente, assumir este determinante compromisso cívico de sermos responsáveis nas nossas atitudes e comportamentos, por nós e pelos outros", acrescentou, frisando que: "A batalha não está ganha. Continuamos a precisar do empenho de todos os portugueses".
"Para esta doença não há invencíveis, não há intocáveis, não há super heróis", sendo que nos cabe "ser responsáveis". Reiterou ainda a governante que se trata de uma "missão coletiva, que só pode ser ganha com esse sentimento de solidariedade e compreensão entre todos - entre todas as idades e gerações".
A secretária de Estado pediu ainda que "quando sair para trabalhar, quando escolher a sua esplanada, quando escolher a sua praia, quando estiver na fila de compras, cumpra as regras de higiene, distanciamento social e proteção. Só assim conseguiremos ultrapassar este problema".
"Não há nenhuma razão para que as crianças não tenham as vacinas atualizadas"
Já a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, começou por destacar que esta segunda-feira se celebra o Dia Mundial da Criança, aproveitando para reiterar o apelo à vacinação: "Não há nenhuma razão, neste momento, para que as crianças não tenham as vacinas atualizadas".
“Queremos também dizer que as crianças têm direito a brincar, a aprender, a divertir-se e tudo isto pode ser feito em segurança. As crianças podem ser levadas a fazer jogos ao ar livre, a ir à praia, a conviver com os mais velhos, desde que mantenham a etiqueta respiratória, a distância física, a máscara e aprendam a demonstrar afetos de outra forma", evitando o "contacto físico", sublinhou.
Questionada sobre a imunidade e as eventuais eventuais reincidências do vírus em pessoas que já se pensava estarem curadas, a diretora-geral advogou que "a doença tem muito poucos meses e há muitas pessoas que têm anticorpos. O que não sabemos ainda qual é o nível de anticorpos protetor". "Ainda temos de aprender muita coisa", como a "quantidade de anticorpos que é precisa para ser protetora".
Já quanto aos testes negativos, Graça Freitas disse que "algumas pessoas têm alta, recuperam, têm um teste negativo e voltam à sua vida. E depois, mais tarde, noutros contextos, são novamente testadas e podem ter um resultado positivo. Isso não quer dizer que no trato respiratório tenham vírus que sejam capazes de lhes provocar doença ou de se transmitirem a outras pessoas (...) Não significa uma recaída nem que transmita, são dois fenómenos diferentes".
Regresso do Campeonato de Futebol
Questionada sobre os encontros das pessoas nas imediações dos estádios em dias de jogos - sendo que o campeonato regressa já esta quarta-feira (dia 3) - Graça Freitas recordou que o parecer da DGS "indica que não deve haver ajuntamentos junto aos estádios" ou em cafés: "O vírus está a circular, ele não desapareceu".
"Foi uma luta e uma conquista começar o campeonato de futebol. Reconhecemos que era uma atividade importante do ponto de vista económico e social" e foi um "esforço enorme que foi feito por todos para que possam existir jogos. Temos todos de garantir que a temporada acaba e acaba em segurança".
Crianças internadas no Hospital D. Estefânia
Quanto às crianças internadas no Hospital D. Estefânia, em Lisboa, Graça Freitas disse que as notícias "são boas", uma vez que já estiveram 14 crianças internadas e, neste momento, estão apenas cinco. "Houve uma evolução favorável nesta última semana".
Por fim, sobre a testagem de profissionais de creches, a diretora-geral de Saúde repetiu que os testes "são uma fotografia tirada num determinado momento a uma determinada população". As educadoras têm "uma responsabilidade acrescida de se protegerem nos seus comportamentos", para "garantirem segurança às suas crianças".
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[Última atualização às 14h11]
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