Marcelo Rebelo de Sousa visitou, esta tarde, a Quinta das Torres, da Santa Casa da Misericórdia da Amadora, onde à saída afirmou a sua "gratidão" e sublinhou que "o vírus não desapareceu miraculosamente, a pandemia não terminou".
"Estamos convictos de que a parte mais complicada era aquela parte inicial, o choque inicial, está ultrapassado", mas "temos de estar sempre atentos e fazer o desconfinamento por pequenos passos para conquistar, primeiro, a segurança a certeza e a confiança dos portugueses e para estarmos preparados, pontualmente, para novos desafios que surjam no presente ou no futuro próximo", afirmou o Presidente da República.
O chefe de Estado sublinhou também que os "portugueses têm feito isso e às vezes não é fácil fazê-lo", porque "há gente que trabalha e nunca parou de trabalhar, porque outros regressam ao trabalho depois de trabalharem em casa, porque as crianças regressaram às escolas ou as creches".
"Tudo isto é muito novo e todos os dias estamos a aprender, todos os dias comparamos números, vamos aprendendo sempre com a preocupação que é a de o número de internados e o número de internados em cuidados intensivos não subir de uma forma que coloque em crise o nosso Serviço Nacional de Saúde", afirmou, frisando que "vamos conseguindo compatibilizar uma atividade económica e social não como era mas mais parecida com o que era com a saúde pública e a vida das pessoas".
Vai ser assim durante o mês de junho e vamos ver como evolui, espero que favoravelmente, ao longo do mês de julho, porque, além do mais, as pessoas merecem descomprimirem relação aos seus receios, às suas preocupações" (Marcelo Rebelo de Sousa)
O Presidente Marcelo agradeceu ainda a todos os que "foram fundamentais" ao garantirem "o apoio nos lares, nos cuidados continuados, com sacrifício da vida familiar," e aos que "deram o apoio sanitário", bem como aos autarcas que foram essenciais para que as misericórdias pudessem responder a esta pandemia".
"Não vou nunca escrever memórias, mas se escrevesse memórias, o capítulo mais longo e mais difícil teria sido este. As histórias que eu vi e ouvi sobre testes, sobre proteção sanitária, máscaras, reação em cima da hora dos responsáveis de misericórdias e IPSS, de iniciativas de autarcas para responderem a problemas na hora, telefonemas feitos permanentemente (...) O que se fez dava, verdadeiramente, um capítulo infindável na vida de milhões de portugueses", acrescentou.
Marcelo enumerou ainda aqueles que "garantiram as infraestruturas básicas, o gás, o lixo, o saneamento básico, os camionistas que transportaram mercadorias, os agricultores continuaram a produzir, os operários continuaram a trabalhar".
Costa e Silva? "Não se tratando de um membro do Governo, não houve intervenção formal"
Questionado sobre a escolha de António Costa e Silva, Marcelo respondeu que "o Presidente da República pronuncia-se sobre a escolha de membros do Governo, ministros, secretários de Estado e respeita as escolhas feitas pelo primeiro-ministro e pelos membros do Governo quanto a colaboradores com especial importância para certas missões específicas".
O primeiro-ministro "entendeu designar para essa tarefa de estudo e de posterior coordenação de elementos de reflexão para aquilo que vai ser o plano de recuperação do país, que é muito importante" - e "uma matéria que o Senhor primeiro-ministro informou o Presidente da República" -, mas "não se tratando de um membro de Governo não houve propriamente uma nomeação ou uma intervenção formal do Presidente".