A conferência de imprensa diária de atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus contou esta terça-feira também com a presença do presidente do Conselho Diretivo do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Luís Meira, além do secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
O 'briefing' diário foi realizado depois de ter sido divulgado o novo boletim epidemiológico, que regista mais 12 mortos, 195 novos casos e 317 recuperados nas últimas 24 horas.
O secretário de Estado da Saúde começou a conferência de imprensa de hoje explicando que a região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) reúne “as maiores atenções e preocupações” no que aos novos contágios diz respeito.
António Lacerda Sales indicou que o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) “tem um plano de testagem em curso”, com grande incidência nas empresas da Azambuja, mas com intenção de estender este rastreio a outras empresas.
“Durante o dia de ontem foram recolhidas 945 amostras provenientes de rastreios em empresas”, acrescentou, sublinhando que o total, desde sábado, é de duas mil amostras e que será feito um ponto de situação no final desta semana. O governante alertou, porém, que as "medidas tomadas agora só terão impacto dentro de duas semanas", apelando por isso ao sentido de responsabilidade individual.
Vírus a perder potência?
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, teceu um mosaico da transmissibilidade do vírus a nível regional explicando que as regiões Norte e Lisboa e Vale do Tejo ainda têm transmissão comunitária, as regiões Centro, Alentejo e Algarve têm "pequenos focos localizados", e a Madeira e os Açores "têm apenas transmissão esporádica".
Questionada sobre a hipótese colocada por médicos italianos, que indicaram que o vírus estaria a perder força, Graça Freitas indicou que a posição da DGS é a de cautela. "Nós temos sido muito cautelosos em relação aos muitos estudos que vão sendo publicados, dos mais diversos países. Nós já dissemos que a maior parte desses estudos são descritivos e observacionais, ou seja, descrevem uma situação, não procuram muitas vezes associação causal ou explicativa. Vamos ter que esperar para vermos mais estudos sobre o vírus", explicou, sublinhando que se aguardam os resultados do Instituto Nacional Ricardo Jorge.
Recorde-se que já ontem o diretor do programa de emergências sanitárias da OMS, Michael Ryan, afirmou que "não se pode correr o risco" de acreditar nessa hipótese, quando questionado sobre o mesmo tema.
Limpeza e desinfeção das ambulâncias do INEM
Mediante uma pergunta sobre se a GNR voltaria a fazer os procedimentos de limpeza nas viaturas do INEM, foi dada a palavra a Luís Meira, presidente do Conselho Diretivo da instituição. O responsável lembrou que o "INEM tem mais de 100 ambulâncias dispersas pelo país" e que "cada uma delas tem profissionais de Saúde competentes", assim como "todos os equipamentos necessários para garantir a higienização e limpeza de forma adequada".
Luís Meira recordou também que o INEM criou "algumas ambulâncias dedicadas exclusivamente ao transporte de doentes suspeitos de Covid-19 ou até doentes confirmados" de terem a infeção e que isso implicou "uma forma diferente de tratamento dessas ambulâncias", por causa da operacionalidade e da segurança dos doentes e até dos operacionais envolvidos.
"Com a colaboração da GNR e, numa fase posterior, do Exército, foi possível implementar essas linhas de descontaminação que se iriam manter enquanto estivéssemos em fase de contenção, sendo que até foi possível prolongar durante mais algum tempo. Embora eu perceba que para os nossos profissionais é mais tranquilo terem alguém que, de maneira mais rápida promove a limpeza e a desinfeção das ambulâncias, isto é uma das suas funções, das suas competências", acrescentou.
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