O chefe de Estado fez este apelo numa mensagem divulgada no portal da Presidência da República na Internet, para assinalar o Dia Mundial dos Oceanos.
"A atual situação de combate à Covid-19 não pode, de modo algum, afastar-nos do nosso compromisso com os nossos mares, património comum da humanidade. É um imperativo de cidadania global. Mas é também um imperativo de cidadania nacional", defende Marcelo Rebelo de Sousa.
Segundo o Presidente da República, "Portugal, 'nesga de terra debruada de mar', como lhe chamou Miguel Torga, encontra-se numa posição privilegiada para se afirmar, nos próximos anos e nas próximas décadas, como um país de vanguarda na defesa e conservação dos oceanos".
"Devemos começar, desde já, e com urgência, a trabalharmos para a concretização deste desígnio coletivo, que corresponde, aliás, à nossa vocação marítima de muitos séculos. Nos oceanos, no mar português, o passado reencontra-se com o presente, todos os dias", sustenta.
Marcelo Rebelo de Sousa pede aos cidadãos que se empenhem nesta causa: "É tempo de construirmos juntos o futuro. Em nome do presente, sem dúvida. Mas, acima de tudo, em nome das gerações vindouras. Exorto todos os portugueses, sem exceção, a darem o seu contributo para esta nova aventura marítima com que Portugal é confrontado na sua História".
"Estou certo de que todos compreendem o alcance deste meu apelo. Vamos, pois, começar agora, já hoje, pois hoje é o Dia Mundial dos Oceanos", acrescenta.
Marcelo Rebelo de Sousa refere que o Dia Mundial dos Oceanos é celebrado anualmente "desde 2008, graças a uma feliz iniciativa tomada pelas Nações Unidas, na sequência da Conferência da ONU sobre Ambiente e Desenvolvimento, de 1992".
Em maio, durante uma visita ao Oceanário de Lisboa, o Presidente da República apontou a chamada "economia azul" como um desafio estratégico para Portugal, importante para a retoma económica, mas sobretudo a médio e longo prazo.
"Não é por acaso que iremos ter em Portugal para o ano a conferência das Nações Unidas sobre os oceanos, marcada para este ano e adiada devido à pandemia [de covid-19]. Não é por acaso que temos centros de excelência trabalhando no domínio da biodiversidade, da riqueza dos oceanos", assinalou.
Na altura, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que há que "fazer um esforço para aproveitar o tempo que vai até à conferência do ano que vem, mas muito para além dela, para que Portugal assuma um papel liderante que vocacionalmente pode e deve assumir" nesta matéria.