A Polícia de Segurança Pública (PSP) informa, esta sexta-feira, que os seguranças privados que, no início da semana, foram contratados para fazer o despejo de um centro de apoio para pessoas carenciadas, de um prédio localizado no Largo de Santa Bárbara, em Arroios, "podem ter exercido atividades que lhes estão vedadas".
Num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, a PSP revela ainda que "face ao exposto os factos foram comunicados ao Ministério Público (MP) da Comarca de Lisboa".
Na mesma nota, as autoridades contam o que aconteceu. "Pelas 6h39, a PSP foi chamada ao local por ter ocorrido um desentendimento entre o proprietário do imóvel e um grupo de cidadãos que o tinham ocupado, sem a sua autorização".
Quando chegaram ao local, os agentes confirmaram que o proprietário estava acompanhado por um grupo de trabalhadores de uma empresa de segurança privada "que, alegadamente, convidou os ocupantes a abandonarem o imóvel".
Nessa altura, "todos os trabalhadores da segurança privada foram identificados no local", garante a PSP.
Já pelas 14h30 do mesmo dia, as autoridades realizaram uma fiscalização na sede da respetiva empresa empregadora, que incidiu sobre o contrato de prestação de serviço celebrado com o proprietário do imóvel e sobre os contratos de trabalho celebrados com os seguranças privados identificados.
Perante os indícios apurados, a PSP concluiu que tudo aponta para que os seguranças privados em questão "possam ter exercido atividades que lhes estão vedadas" e por isso remeteram os factos ao MP.
Em causa está um centro de apoio para pessoas carenciadas, incluindo pessoas em situação de sem abrigo, localizado no Largo de Santa Bárbara, na freguesia de Arroios, criado por um grupo de pessoas que ocupou um antigo infantário abandonado e que foi alvo de um despejo na madrugada de segunda-feira, dia 8 de junho.
Cerca de uma dezena de seguranças privados entraram às 5h00 de segunda-feira naquele centro, para tentar despejar as pessoas que ali se encontravam, porque o espaço tinha sido ocupado ilegalmente.
Ainda na segunda-feira, mas já ao longo do dia, várias pessoas ficaram feridas, incluindo três agentes da PSP, na sequência de uma tentativa de entrada neste edifício.
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