"É preciso avançar com ambição porque a situação é muito grave na Europa"
O primeiro-ministro recebeu esta terça-feira, em Lisboa, o chefe do governo de Itália, Giuseppe Conte. "A melhor forma de poupar recursos é atacar esta crise", considerou Costa, que reforçou, num comentário às previsões mais pessimistas de Bruxelas, que "revelam a urgência de um acordo" já.
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País António Costa
No âmbito da preparação da próxima reunião do Conselho Europeu, agendada para os dias 17 e 18 deste mês, o primeiro-ministro recebeu, esta terça-feira, em São Bento, o chefe do governo de Itália, Giuseppe Conte.
Este encontro acontece depois de Costa ter recebido e reunido com Pedro Sánchez e antes de se encontrar na próxima semana com Mark Rutte, o primeiro-ministro da Holanda. O objetivo é procurar alcançar um acordo em torno das propostas da Comissão Europeia do Quadro Financeiro Plurianual (2021/2027) e do fundo de recuperação económica e social.
À saída, em declarações aos jornalistas, reforçou o líder do Executivo português que "é preciso avançar com ambição porque a situação é muito grave em toda a Europa".
Com efeito, vincou Costa, esta "não é altura para traçarmos linhas vermelhas, mas para procurarmos vias verdes e procurarmos um acordo". "É preciso avançar com ambição porque a situação é muito grave em toda a Europa. [E] a melhor forma de poupar recursos é atacar esta crise", defendeu o primeiro-ministro português.
Esta "é uma crise onde, para lá da dimensão sanitária, tem-se registado um terrível impacto na economia, no emprego e no rendimento das famílias", reiterou referindo-se à pandemia da Covid-19, nesse sentido, "é mais importante do que nunca aprovarmos um pacote de recuperação económica e social".
Para tal, "é fundamental que, no Conselho Europeu da próxima semana, possamos chegar a um acordo em torno da proposta que a Comissão Europeia apresenta" e que, como disse ontem após o encontro com Sanchéz, é "uma proposta inteligente, justa e equilibrada que procura ir ao encontro da necessidade de termos uma resposta comum e robusta e ultrapassar o impasse em que estávamos na discussão do próximo quadro financeiro plurianual".
"Temos um programa que implica um forte compromisso nacional, sendo que não é nem um cheque em branco, nem uma nova troika. Pelo contrário, é algo que responsabiliza cada um de nós" (António Costa)
A resposta da Comissão Europeia deve, assim, contribuir para "proteger as nossas empresas, fomentar o crescimento económico, travar o desemprego e criar emprego, e proteger o rendimento das famílias".
O primeiro-ministro abordou ainda as previsões económicas da Comissão Europeia, considerando que "revelam bem a urgência de que haja um acordo" no Conselho Europeu deste mês. "Houve uma revisão em baixa geral das previsões económicas para o conjunto da Europa e Portugal teve uma redução muito significativa. Ficámos agora uma décima abaixo da média da União Europeia", observou.
Mas Portugal tem já "o hábito de trabalhar para contrariar as previsões - e é isso que será feito", vincou.
Esta proposta da Comissão Europeia, continuou, "é um todo e é muito difícil mexer num elemento sem desestruturar a proposta no seu conjunto. Cada um de nós pode começar a dizer que este é o melhor critério e não aquele, mas, se assim fizermos, não vamos chegar a um acordo", advertiu António Costa.
"Eu e o primeiro-ministro Costa vamos fazer o nosso papel"
Na sua intervenção, Giuseppe Conte começou por se mostrar "feliz" por estar em Portugal, aproveitando para destacar o sentimento "de amizade" entre os dois países. "Participámos em várias reuniões internacionais no Conselho Europeu, sempre tentámos cultivar um diálogo, intenso, direto, franco e partilhamos posições comuns", sublinhou o governante italiano.
Ao longo deste encontro, confidenciou Conte que foram partilhadas as "respetivas realidades nacionais, mas sem perder de vista a nossa casa - a Europa. Não vai haver países que vão vencer e outros que vão perder. Ou vencemos juntos, ou perdemos juntos".
Perante as previsões económicas da Comissão Europeia, considerou Conte que "não temos tempo, temos de ter coragem para decidir imediatamente. Temos de completar esta negociação com uma proposta de baixo perfil ou então encontrar um compromisso entre os 27 estados-membros, caso contrário, vamos enfraquecer a proposta".
Esta proposta tem ainda "de ser ambiciosa, tem de ser uma decisão política forte porque todos os europeus aguardam-na. Eu e o ministro Costa vamos fazer o nosso papel. Tudo faremos para que o Conselho Europeu esteja à altura deste desafio".
Reveja aqui a conferência:
Em direto: Declarações conjuntas do Primeiro-Ministro e do Presidente do Conselho de Ministros de Itália https://t.co/GWY1E7AUdc
— República Portuguesa (@govpt) July 7, 2020
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