Loures: "Seria prematuro, neste momento, aligeirar medidas", diz Costa

Primeiro-ministro reuniu hoje com autarcas de Loures sobre a situação epidemiológica no concelho.

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Melissa Lopes
10/07/2020 12:59 ‧ 10/07/2020 por Melissa Lopes

País

Pandemia

Frisando que a situação hoje está sob controlo em todo o território nacional, o primeiro-ministro defendeu esta sexta-feira, à saída da reunião com autarcas em Loures, que "não devemos desvalorizar o facto de, em alguns locais muito precisos, haver uma taxa de incidência muito elevada". 

Apesar de com a nova metodologia se ter conseguido estabilizar o aparecimento de novos casos, o que tem permitido vir a diminuir o número de casos ativos, António Costa afirmou que "seria prematuro, neste momento, estar a aligeirar as medidas neste território".

"Creio que é, neste momento, consensual entre todos", sublinhou, rementendo qualquer decisão para segunda-feira, dia em que será feita uma avaliação global. "Isto é um processo dinâmico, todos os dias há novos dados", pelo que, "temos de ir acompanhando dia a dia a evolução da situação", afirmou Costa. 

O primeiro-ministro sublinhou ainda que é também preciso ter em conta a alteração de focos muito precisos para uma maior dispersão em Loures. "O que exige da parte das equipas um esforço acrescido", vincou, salientando ser diferente trabalhar intensamente num determinado bairro e correr múltiplas ruas com uma extensão significativa. 

De sublinhar que o primeiro-ministro já reuniu com os autarcas de Sintra e da Amadora, tendo afirmado, em declarações aos jornalistas, que não via "razões", neste momento, para as 19 freguesias saírem da situação de calamidade. 

Questionado sobre o facto de Portugal estar a ser colocado em listas vermelhas de alguns países devido aos vários surtos existentes, António Costa lembrou que sempre afirmou que, a partir do momento, que Portugal fosse saindo do confinamento para uma normalização da vida, o risco de contágio necessariamente aumentaria. 

Desde o início do desconfinamento, houve algumas situações "ocasionais", apontou o chefe do Executivo referindo-se às festas ilegais que "geraram focos muito intensos", como foi o caso da festa de Odiáxere. Depois, a questão dos "focos muito localizados" em locais que "sabíamos de risco acrescido", como foi o caso dos lares que "não significa a expansão do vírus na comunidade". Neste caso, o primeiro-ministro falou do surto de Reguengos de Monsaraz em que houve uma situação no lar que tem um "enorme efeito estatístico", mas tal não significa a contaminação generalizada no território.

Por fim, há uma terceira situação que é a de um conjunto de freguesias da Área Metropolitana de Lisboa onde se verificou "uma incidência maior", situação que motivou as medidas localizadas, resumiu. 

Portanto,  no resto do país a situação é hoje "absolutamente tranquila", afirmou, ressalvando: "Sem prejuízo da realidade que temos todos presente: até haver vacina,o vírus vai continuar a estar aí". 

Portugal em listas vermelhas? É injusto

António Costa considera, por isso, "injusta" a decisão de alguns países incluírem Portugal em listas vermelhas. "Quem veja essas classificações parece que estamos numa situação de risco generalizado muito elevado comparativamente com outros", atirou, defendendo que se analisarmos com atenção os números, podemos identificar o problema que existe comparar as situações dos diferentes países.

"Quando comparamos países é preciso ter em conta também a diferente política que os países vão seguindo relativamente à testagem", defendeu ainda Costa, acrescentando que se os países começarem todos a retaliar, vão ficar todos em listas vermelhas. Por isso, "é necessário haver um diálogo sério das instituições europeias", frisou. 

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