Numa nota publicada na página da internet, a associação salienta que "João Cravinho destacou-se, não apenas pelo serviço público que prestou ao país, mas sobretudo pela coragem com que, desde muito cedo, denunciou os riscos da corrupção para o funcionamento da democracia e para a confiança dos cidadãos nas instituições".
"Foi um dos primeiros responsáveis políticos portugueses a colocar a necessidade de uma agenda anticorrupção no centro do debate político nacional, num tempo em que esse tema era ainda muitas vezes silenciado ou secundarizado", aponta a Transparência Internacional.
Para a associação Transparência Internacional em Portugal, o legado de João Cravinho irá permanecer "como um exemplo inspirador" para todos os que acreditam na necessidade e na importância de uma governação com ética e ao serviço do interesse público e "endereça as mais sentidas condolências" à família e amigos.
João Cravinho morreu na quarta-feira, aos 88 anos.
Nascido em Angola, em 1936, João Cravinho formou-se em engenharia civil pelo Instituto Superior Técnico.
Foi ministro da Indústria e Tecnologia no IV Governo Provisório, chefiado por Vasco Gonçalves, em 1975, e mais tarde ministro do Equipamento, Planeamento e Administração do Território no XIII Governo Constitucional, chefiado por António Guterres.
Em 2006, enquanto deputado socialista, João Cravinho apresentou um 'pacote anti-corrupção', que incluía a polémica proposta de criminalização do enriquecimento ilícito, e que foi rejeitado pela sua própria bancada parlamentar, numa altura em que o líder do PS era o primeiro-ministro, José Sócrates.
A TI Portugal é uma organização de utilidade pública, independente e sem fins lucrativos, que tem como missão combater a corrupção e promover a transparência, a boa governança, e a defesa dos direitos humanos e dos valores da democracia, refere a própria na página 'online'.
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