O Conselho de Ministros extraordinário aprovou, esta quinta-feira, "a aquisição do primeiro lote de 6,9 milhões de [potenciais] vacinas para a Covid-19, por via da União Europeia. Os otimistas acreditam que, no final deste ano, estarão disponíveis os primeiros lotes. Os realistas têm de acreditar que os otimistas têm razão. Mas temos de nos preparar para que assim possa não ser", adiantou o primeiro-ministro.
No final da visita ao Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia (CHVNG/E), em Espinho, o chefe de Governo falou aos jornalistas e reiterou que, "até haver imunização geral da população ou um tratamento para a doença, há algo que sabemos: temos de estar preparados para o pior para que o melhor possa acontecer".
Foi assim, acrescentou, que "se conseguiu travar, a partir de março, o crescimento exponencial desta pandemia e que temos conseguido manter controlado o grau de transmissão consoante fomos reabrindo a atividade económica".
Este passo é, como indicou António Costa, "uma luz ao fundo do túnel que pode chegar". Portugal aprovou a "sua participação no programa da UE e mobilizou os recursos financeiros", nomeadamente 20 milhões de euros.
O Governo confia agora que "as autoridades competentes" serão responsáveis por definir "os critérios a que deve obedecer a vacinação progressiva, universal e gratuita da população portuguesa para assegurar a imunização".
O Estado irá adquirir vacinas contra a doença COVID-19, no âmbito do procedimento europeu centralizado. A RCM hoje aprovada corresponde à primeira fase dos procedimentos aquisitivos, a realizar em 2020, assegurando a aquisição de 6,9 milhões de doses. https://t.co/BrxWMmrB7I
— Presidência do Conselho de Ministros (@mpresidencia_pt) August 20, 2020
Até lá será mantida a aposta na melhoria das condições do Serviço Nacional de Saúde, como é o caso do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, que está a ser alvo de obras que deverão estar concluídas em novembro deste ano.
"Se acontecer o pior, vamos estar mais bem preparados. Foi reconfortante ouvir a Administração do Centro Hospitalar dizer que temos material e equipamento necessário" para equipar as novas alas que estão a ser construídas.
Porém, mais importante do que instalações e equipamentos, "são os recursos humanos", que estão igualmente preparados, apesar da carência de "intensivistas e de enfermeiros da área". Os profissionais da saúde "já deram provas de se reinventar".
O que está a ser realizado no CHVNG/E "é um exemplo do que estamos a fazer e a procurar fazer em diferentes centros hospitalares do país", adiantou o primeiro-ministro.
"Vamos viver com o vírus, mas o SNS está preparado e a esforçar-se para dar resposta se for necessário", concluiu.