No final da reunião de Conselho de Ministros, a ministra Mariana Vieira da Silva informou que o Governo decidiu prorrogar "a declaração da situação de Contingência na Área Metropolitana de Lisboa (AML) e de Alerta no restante território (...) até às 23h59 do dia 14 de setembro", mas a partir daí esta situação mudará.
"Os números do último dia e aquilo que sabemos dos números de hoje mostram um aumento do número de casos e, por isso, apesar desta tendência decrescente na região de Lisboa e Vale do Tejo e da tendência relativamente constante ao longo da última quinzena, o Governo considera que aquilo que deve é continuar exatamente com as mesmas medidas que existiam até aqui na próxima quinzena", justificou.
Porém, a partir de 15 de setembro, todo o país regressará ao Estado de Contingência. O objetivo desta mudança, explicou a ministra, é "preparar o regresso às aulas" e o "regresso de muitos portugueses ao local de trabalho, alguns dos quais depois de terem estado muitos meses em teletrabalho".
Assim sendo, "para a quinzena que se inicia no dia 1 de setembro mantêm-se exatamente as mesmas medidas que tínhamos até aqui - isto acontece porque os números estão estáveis, a resposta do SNS está controlada, e a capacidade de testes tem vindo a aumentar -, mas decidimos desde já que a partir do dia 15 de setembro o país estará em Estado de Contingência com um conjunto de medidas para preparar o outono e o inverno que serão apresentadas na semana que se inicia a 7 de setembro", explicou.
Em resposta a uma questão dos jornalistas, a ministra da Presidência esclareceu que "desde a primeira hora, desde que se iniciou o processo desconfinamento", o Governo "tem dito sempre (...) que faz a mudança das medidas em função da evolução epidemiológica". "Acontece que a partir de 15 de setembro", sustentou, "se verificará um conjunto de alterações muito significativo relativamente aos meses que temos vivido [de verão] e importa desde já antecipar e preparar, num contexto de aumentar a previsibilidade - porque todos temos de ser agentes de saúde pública".
A "mudança nas rotinas, na utilização dos transportes, o regresso às aulas, e ao local de trabalho", reiterou a ministra da Presidência, "podem necessitar de medidas adicionais".
Reuniões no Infarmed (também) voltam em setembro e com "transmissão aberta"
De referir que de regresso em setembro, além do Estado de Contingência, estarão também as reuniões de esclarecimento na sede do Infarmed. A ministra anunciou que serão retomadas "no dia 7 de setembro".
Questionada sobre o formato em que decorrerão e o porquê de serem retomadas, a ministra de Estado e da Presidência começou por referir que "as reuniões terão uma parte, a parte expositiva, que será de transmissão aberta e essa é a principal diferença que as reuniões terão face ao passado".
"O primeiro-ministro, desde o momento em que elas foram descontinuadas, disse que uma alteração das circunstâncias, dados novos sobre os inquéritos que estavam em curso ou informação nova para ser discutida faria com que regressássemos às reuniões", referiu a governante.
[Notícia atualizada às 14h46]