O presidente da Câmara Municipal de Sintra e a reitora da Universidade Católica, Isabel Capeloa Gil, vão reunir-se no próximo dia 9 de setembro na sequência do anúncio de que o curso de Medicina desta universidade foi aprovado pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior.
A reunião, salienta a autarquia em comunicado, marca o início do processo de instalação em Sintra da nova Faculdade de Medicina da Universidade Católica.
"A instalação do futuro Campus Universitário e Faculdade de Medicina em Sintra foi o culminar de um longo caminho e de várias batalhas conduzidas e ganhas pela reitora da Universidade Católica, Isabel Capeloa Gil, a quem dirigimos as mais calorosas felicitações", afirma o presidente da Câmara Municipal de Sintra.
Basílio Horta acrescenta que a autarquia "manteve-se sempre ao lado da Universidade, consciente da importância dos objetivos que estavam em causa. Importância para o país e importância para Sintra".
No mesmo comunicado, a Câmara Municipal de Sintra garante que tudo irá fazer, em colaboração com a Universidade Católica e com as entidades nacionais, "no sentido de assegurar a rápida instalação e funcionamento da nova faculdade". Basílio Horta realça ainda que é objetivo do concelho "estar no top dos concelhos mais desenvolvidos da Europa" e que, nesse sentido, precisava "muito de um projeto desta qualidade e grandeza".
"Esta decisão é um passo fundamental que irá permitir a recuperação de um vasto território há muito tempo abandonado, mas sobretudo recuperar o projeto universitário de Sintra", remata Basílio Horta.
De recordar que o anúncio da 'luz verde' dada ao curso de Medicina da Católica, o primeiro de uma universidade privada em Portugal, foi feito pela própria reitora nas redes sociais. À agência Lusa, Isabel Capeloa Gil avançou que o curso deverá começar a funcionar em setembro do próximo ano com cerca de meia centena de alunos.
Curso deverá começar em setembro de 2021
O curso foi desenhado para ter 100 alunos, mas no primeiro ano de funcionamento, que a instituição acredita ser no ano letivo de 2021/2022, terá menos, revelou a reitora da UCP.
O valor das propinas ainda está a ser alvo de avaliação, sendo certo que será "mais elevada" do que o valor pago por um aluno de medicina de uma instituição pública.
"O custo de formação de um aluno de Medicina na Católica não estará longe do custo de um aluno de uma universidade estatal, sendo que esta é subsidiada pelo Orçamento do Estado", lembrou Isabel Capeloa Gil.
"Vamos encontrar meios para que a propina, sendo mais elevada, possa ser compatível para que as famílias a possam pagar", garantiu a reitora, dando como exemplo os estudantes portugueses que optam por ir estudar para o estrangeiro por não conseguir vaga em Portugal.
Além disso, apontou, "a universidade tem um conjunto de bolsas por mérito e bolsas sociais". A reitora apelou por isso aos bons alunos que se candidatem porque "ninguém deixará de entrar".
Curso de Medicina da Universidade Católica acaba de ser acreditado pela A3ES. Um grande dia para o Ensino Superior e para o sistema científico nacional. #MedicinaUCP
— Isabel Capeloa Gil (@CapeloaGil) September 1, 2020
Para a reitora da UCP, Isabel Capeloa Gil, a decisão agora conhecida "robustece o sistema de Ensino Superior, permitindo que mais jovens se possam formar em Portugal e garantindo a supervisão da qualidade daqueles que praticam medicina no nosso país."
Termina assim um processo iniciado há quase dois anos. A Católica apresentou um pedido inicial de acreditação em outubro de 2018, tendo esperado mais de um ano pela decisão da A3ES.
Em dezembro do ano passado, o Conselho de Administração da A3ES "chumbou" a acreditação do curso, tendo acatado os dois pareceres negativos que recebeu: um da Ordem dos Médicos e outro da comissão de avaliação de peritos nomeada pela agência.
Entre as falhas apontadas nos dois pareceres negativos estavam questões pedagógicas, a discordância da Ordem dos Médicos em relação a uma disciplina e ao tempo insuficiente de contacto com a prática clínica, em hospitais, de acordo com a proposta inicial entregue.
Foi ainda considerada a sobreposição de oferta, uma vez que a abertura do curso representaria uma terceira formação em Medicina na região de Lisboa, e o facto de "parte do pessoal docente da nova faculdade ser retirada da Universidade de Lisboa e da Universidade Nova de Lisboa".
A UCP decidiu então apresentar uma nova proposta para acreditação do curso de Medicina, que foi agora aceite.
Segundo o gabinete de comunicação da Católica, este curso de medicina, que envolve uma parceria com a Universidade de Maastricht e o Grupo Luz Saúde, "distingue-se dos currículos tradicionais por ter uma abordagem mais prática e integrada desde os primeiros anos".