DGS altera norma que obrigava crianças institucionalizadas a quarentena
Será apenas realizada uma "avaliação clínica" na admissão de menores em instituições.
© SANJAY KANOJIA/AFP via Getty Images
País Covid-19
Tal como tinha sido anunciado na passada sexta-feira por Graça Freitas, a Direção-Geral da Saúde (DGS) alterou, esta segunda-feira, a orientação de prevenção contra a Covid-19 que impunha a crianças o cumprimento de uma quarentena quando chegavam a centros de acolhimento.
"Para as Instituições de Acolhimento de Crianças e Jovens em Situação de Perigo e Lares de Infância e Juventude, as medidas para a admissão de novos residentes/utentes são adaptadas, de modo a salvaguardar o bem-estar psicológico das crianças e jovens, não se aplicando os procedimentos relativos à realização de teste laboratorial para SARS-CoV-2 e de isolamento profilático, sem prejuízo de ser feita uma avaliação clínica na admissão de novos residentes/utentes", pode ler-se na alteração.
Ainda com esta retificação, deixam de se aplicar "medidas de testagem obrigatória e isolamento profilático em qualquer instituição", mesmo nas em que os residentes sejam autónomos e "realizem atividades diárias fora" da entidade. A DGS também salvaguarda que, nestes casos, podem ser realizadas avaliações clínicas na admissão de novos utentes.
Após severas critica, a diretora-geral da Saúde anunciou na semana passada que a iria ser alterada, numa questão de horas, a norma, na altura em vigor, que obrigava crianças que fossem retiradas às famílias a cumprir 14 dias de isolamento, quando chegassem aos centros de acolhimento, mesmo que o teste à Covid-19 fosse negativo. Na altura, Graça Freitas - que já tinha considerado que a decisão de colocar em isolamento uma criança recém-chegada a uma instituição era "muito difícil" - afirmou que a medida deixava de fazer sentido quando os menores passassem a entrar e sair todos os dias para ir à escola.
Contudo, por a norma só ter sido alterada hoje, inúmeras crianças e jovens viveram mais um fim de semana condicionado. "Contrariando a promessa da Drª Graça Freitas, feita na conferência de imprensa da passada sexta-feira, (...) a Direção-Geral de Saúde não a publicou antes do fim de semana a medida, resultando daí que inúmeras crianças e jovens residentes em casas de acolhimento permanecessem mais um fim de semana em isolamento ou privados da possibilidade de visitarem as suas famílias", lamentou, ontem, a AjudAjudar num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto.
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